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CICP inaugura mural para ajudar a que “o 25 de Abril se mantenha vivo”

Tiago Mendes Dias
Cultura \ quinta-feira, abril 25, 2024
© Direitos reservados
Iniciativa da associação cultural ocupa Toural até 12 de maio, para celebrar uma data em que “as pessoas saíram à rua para participar na construção de um país melhor”.

São várias as cores, as formas e os símbolos que se fundem no mural inaugurado ao final da tarde desta quarta‐feira, 24 de abril de 2024, com a chancela do Centro Infantil e Cultural Popular (CICP); algumas pinturas evocam o “dia inicial inteiro e limpo”, assim descrito por Sophia de Mello Breyner, outras os receios da atualidade, expressos nos cravos cinzentos e murchos, e outras os rostos e as fotografias que marcaram a Revolução dos Cravos: Salgueiro Maia, como foi retratado pelo fotógrafo Alfredo Cunha, ou o capitão Rui Guimarães, a fazer o V de vitória, com António Mota‐Prego em pleno Toural, em 29 de abril de 1974, perante uma multidão que celebrava o Movimento das Forças Armadas (MFA) e a mudança de regime.

É precisamente no Toural que esse mural vai permanecer até 12 de maio. É uma obra concretizada sobre uma estrutura de madeira, com os pontos de vista de artistas vários, que tenciona reavivar o significado do 25 de Abril, realçou Torcato Ribeiro, do CICP, durante a breve cerimónia de inauguração. “Este é um mural para fazer com que o 25 de Abril se mantenha vivo. Celebrar Abril é um ato de cidadania. O 25 de Abril não tem nenhuma ideologia partidária. Foi um golpe em que as pessoas saíram à rua e se transformou em revolução”.

Esse “ato libertador” permitiu “ao povo participar na construção de uma vida melhor para si e para os seus”, e a celebração dos seus 50 anos é também uma forma de lutar “para que o que foi destruído pelo 25 de Abril não ressurja por outros meios”, acrescentou.

Ao lado, o vereador municipal para a cultura, Paulo Lopes Silva, lembrou a tradição dos murais do CICP na madrugada de 24 para 25 de Abril, outrora na rua Serpa Pinto, que liga a Avenida General Humberto Delgado e o Largo Condessa Mumadona, e frisou que o mural se opõe a outros muros. “Aqui, estamos a erguer este muro para que outros não se ergam. Este é um muro para derrubar todos os outros”, disse.

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