Uma crónica (diferente) sobre o Natal…
A nossa data de aniversário, por norma, é celebrada no dia em que nascemos e, tradicionalmente, com um bolo de aniversário à nossa frente. Com a data de nascimento de Jesus Cristo não é assim.
A 25 de dezembro de cada ano, não se cantam os parabéns ao “Menino”. Nem há bolo, mas bolos. E doces, muitos! Mexidos, aletria, rabanadas. E todo um cardápio de doçaria para celebrar uma data festiva que, em tempos, foi mudada de 07 de janeiro para 25 de dezembro.
Segundo Santo Agostinho, no seu livro “Trinitate”, 4º volume, uma tradição antiga afirma que a conceção de Jesus foi no dia 08 de abril e a gestação ocorreu durante 9 meses exatos, o que corresponderia ao dia 07 de janeiro. A verdade é que, de todo, não é possível saber ao certo em que data Jesus de Nazaré nasceu.
A única fonte que os historiadores têm para reconstruir a sua vida são os evangelhos, escritos décadas depois da sua morte – e por pessoas que não o conheceram em vida. Mais tarde, muito mais tarde, é que foi cristianizada a data de 25 de dezembro.
Neste mês, os romanos celebravam a Saturnália, festa dedicada ao deus Saturno em que se penduravam guirlandas (coroas) de Natal, distribuíam-se presentes e até havia árvores como a nossa. O mais importante, porém, não é o dia. Mas, sim, o acontecimento da Encarnação. Por outras palavras, o momento em que Deus se fez Homem.
E a data de 25 de dezembro surge como símbolo da Luz do Mundo. É a partir deste dia que, no hemisfério Norte, as noites começam a ficar menos escuras. E a luz volta a crescer. Com esta data, a Igreja Católica quis mostrar que, com Jesus, nasce a Luz que vence as trevas.
Agora, percebemos por que razão não há bolo de aniversário para celebrar o dia de nascimento. Pois a comemoração do Natal não é uma festa de aniversário, mas uma Solenidade Litúrgica, um ato de adoração.
Na prática, o mais importante não é saber quando Jesus nasceu. Mas deixar que Ele nasça em cada ser humano! Se o coração do Homem não estiver em Paz, não adianta ter árvore, presentes, luzes ou enfeites. A Paz de Espírito é uma prioridade inegociável. Faz parte da colheita de quem semeia o Bem. E isso é muito maior que um aniversário…