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Sustentável e verde – estratégia que valorize a qualidade de vida

Nuno de Vieira e Brito
Opinião \ quarta-feira, julho 06, 2022
© Direitos reservados
Esta é uma oportunidade única para que Guimarães seja verdadeiramente “verde” e para que estas “ambições” transformem Guimarães numa cidade mais atrativa, mais competitiva, mais justa.

Encontramo-nos, hoje (felizmente) perante uma tendência de implementar estratégias que preservem (e recuperem) o meio ambiente, num conceito de sustentabilidade que torna mais ambicioso (e desafiante) o seu planeamento. Estima-se que até 2050, 66% da população mundial residirá em cidades, o que implicará numa expansão significativa dos ambientes urbanos existentes, para além da criação de novas áreas urbanas.

As cidades ocupam menos de 2% da superfície da Terra, mas consomem mais de 75% dos recursos naturais disponíveis globalmente. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que o consumo de materiais relacionados com as áreas urbanas (cidades) aumentará para, aproximadamente, 90 bilhões de toneladas até 2050 (em comparação com 40 mil milhões de toneladas em 2010), incluindo- -se recursos como a energia primária, matérias-primas, combustível fóssil, água e alimentos.

Novos desafios foram, assim, surgindo relacionados com o crescimento, desempenho, competitividade e qualidade de vida dos cidadãos. A rápida urbanização implicou a deterioração da habitabilidade, em particular nos domínios da gestão de resíduos, disponibilidade de recursos, poluição do ar e fluidez nas acessibilidades (tráfego) que causam impactos na saúde, para alem da deterioração da infraestrutura pública.

Surgiu, pois, o movimento da cidade inteligente, ou seja, mais sustentável, eficiente, equitativa e habitável. Um conceito de cidade sustentável incorpora práticas ecologicamente corretas, espaços verdes e tecnologia de apoio ao ambiente urbano para reduzir a poluição do ar e as emissões de CO2, melhorar a qualidade do ar e proteger os recursos naturais. Essas práticas levam a um ambiente mais saudável para os cidadãos e a uma menor pegada de carbono.

As cidades de hoje adaptaram as suas infraestruturas, garantindo ser facilmente percorridas a pé, de bicicleta ou em sistemas de transporte público ecologicamente corretos, ou a energia que alimenta e suporta os sistemas da cidade, da rede elétrica à gestão de água, trânsito (carregadores de energia verde) e tráfego, a emissões mais baixas com melhor qualidade do ar.

Estratégias complementares relacionadas com a conservação da água e gestão de águas residuais, agricultura urbana e arquitetura verde são, igualmente, incorporadas nas boas práticas das cidades inteligentes.

Guimarães é uma das 100 cidades de estados-membros da União Europeia (EU) e 12 cidades de países associados selecionada para participar da Missão da UE das 100 cidades inteligentes e climaticamente neutras até 2030, com metas ambiciosas para a redução rápida de emissões, através de inovadoras e pioneiras abordagens envolvendo cidadãos e parceiros.

Terá como objetivo garantir que funcione como polo de experimentação e inovação de forma que todas as cidades europeias se tornem neutras, em termos climáticos, até 2050. Com aconselhamento personalizado e assistência da Plataforma de Missão (gerida pelo consórcio Net-ZeroCities), financiamento adicional,
nomeadamente em investigação e inovação, oportunidades de networking, apoio ao envolvimento dos cidadãos na tomada de decisões, atratividade para investimentos e valorização das competências profissionais, esta é uma oportunidade única para que Guimarães seja verdadeiramente “verde” e para que estas “ambições” transformem Guimarães numa cidade mais atrativa, mais competitiva, mais justa. Que, acima de tudo, envolva e atinja TODOS os cidadãos, num desígnio tão necessário e atual na melhoria da sua qualidade de vida.

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