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Menos burocracia, de preferência!

Vítor Oliveira
Opinião \ sábado, fevereiro 08, 2025
© Direitos reservados
Nunca é tarde para inovar e modernizar (ainda mais) os serviços públicos. A começar pelo topo dos procedimentos internos dos próprios… serviços.

Milton Pacheco, o novo diretor do Paço dos Duques, Castelo de Guimarães e Igreja de São Miguel, e Lurdes Rufino, nova diretora do Museu de Alberto Sampaio, iniciaram funções no início deste mês de fevereiro – quase um ano depois de Isabel Fernandes se ter aposentado!

Entre a abertura do concurso público, receção de candidaturas, entrevistas, anúncio do candidato escolhido e tomada de posse, entre tantos outros procedimentos administrativos, passaram-se… 10 meses! Desde abril de 2024 até fevereiro de 2025! E, neste concurso, não foi instituída a fase de reclamação. Por isso, não havia (mais) esse prazo para cumprir…

É certo que os quatro bens culturais vimaranenses tiveram, neste período, um diretor interino. Mas também não deixa de ser verdade que o cargo, por ser provisório, não permitiu definir, desde logo, uma (nova) política orientadora para quatro dos espaços museológicos mais visitados a nível nacional.

Se acrescentarmos que os dois novos diretores não são de Guimarães, logo, não conhecem a realidade e as idiossincrasias locais, teremos de acrescentar, no mínimo, mais três meses de adaptação para que se possa falar de uma efetiva mudança. Entretanto, já passou mais de um ano, desde a aposentação de Isabel Fernandes…

Quando estamos na era da Inteligência Artificial e da digitalização, parece que os procedimentos administrativos continuam amarrados a um medievalismo que não se coaduna, de todo, com as expetativas dos tempos de hoje.

Lançado em 2006, o programa SIMPLEX é o exemplo público da simplificação, a marca mais forte e que está no ADN da Administração Pública portuguesa. O programa procura servir os cidadãos, mas está na hora de ser aplicado à máquina interna e ao(s) edifício(s) do próprio Estado.

O sucesso de uma estrutura, seja pública ou privada, está nos detalhes e na preocupação objetiva de criar um futuro melhor, aproximando, antecipando, automatizando! A inovação e modernização dos serviços públicos tem de começar nos seus próprios alicerces. O exemplo tem de partir de dentro, afinal de contas!

Aceitar que “isto já é habitual e costuma ser assim” é abraçar o conformismo, acatar as leis do destino e não trabalhar convenientemente pelo bem comum, reinventando o que tem de ser melhorado em função dos anos, das décadas, das gerações.

A “máquina” não pode estagnar, nem parar de se aperfeiçoar. Deve manter sempre o foco na sua modernização, reforçando a sua capacidade de atuação às necessidades de cada momento do Estado.

Não é fundamental, é urgente concretizar ainda mais ideias e pugnar por melhores serviços. Mais simples e com menos burocracia, de preferência. Que os novos diretores possam estar imbuídos deste espírito. O sucesso deles será sempre o sucesso de Guimarães.

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