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Capital Verde Europeia, O caminho continuará a ser feito

Alfredo Oliveira
Opinião \ sexta-feira, outubro 13, 2023
© Direitos reservados
Certamente há muito a fazer e existem (ainda) diversas incongruências entre as sete áreas ambientais do projeto de candidatura e a realidade que todos vivemos.

Nas 159 cidades portuguesas residiam, em 2021, cerca de 4,5 milhões de indivíduos, o que correspondia a uma percentagem a rondar os 43% da população residente em Portugal.

Se olharmos para Guimarães, temos uma percentagem inferior, rondará os 34% de população citadina, para um total de 158.124 habitantes a residir no concelho.

As principais cidades portuguesas, nas últimas décadas, foram perdendo habitantes que foram apostando nas periferias onde encontravam casas mais baratas e com melhores condições ambientais.

Existirão várias razões que explicam o valor acima para Guimarães, mas a aposta na dispersão concelhia durante décadas (de que é exemplo a proliferação das vilas) e do fechar da cidade à construção, estarão na linha da frente dos fatores explicativos.

Mais recentemente, assiste-se ao que os técnicos designam por gentrificação que não é mais do que um dinamismo de valorização imobiliária de espaços da cidade, onde os residentes (ou determinados negócios) com maior poder económico expulsam para outros locais a população com menor poder económico. Por outro lado, assiste-se a um aumento da construção na cidade.

Esta realidade torna a cidade de Guimarães num espaço de uma certa conflitualidade que leva a um acréscimo de desafios ao poder político. Neste enquadramento, a candidatura de Guimarães a Capital Verde da Europa deve ser entendida como mais um meio de a câmara se comprometer na construção de uma melhor cidade.

Foram apresentadas já duas candidaturas e foi anunciada uma terceira para se atingir esse desiderato. Vamos crer que este anúncio não revele um fim em si, a obtenção de um prémio. Acreditamos mesmo, como afirma a pessoa que desencadeou este caminho, Domingos Bragança, que a aposta numa terceira candidatura revela uma vontade de manter Guimarães “no caminho da neutralidade climática e da proteção do ambiente”.

Certamente há muito a fazer e existem (ainda) diversas incongruências entre as sete áreas ambientais do projeto de candidatura e a realidade que todos vivemos. Mas, num projeto que une todas as forças políticas, vamos acreditar que o mais importante é o caminho traçado e não a obtenção de um galardão.

O destaque desta edição vai para este tema e damos voz a Adelina Pinto, vice-presidente da Câmara Municipal de Guimarães, que liderou esta segunda candidatura e Isabel Loureiro, coordenadora executiva da Estrutura de Missão Guimarães 2030.

 

De salientar ainda a entrada da Zona de Couros para a lista de Património Mundial da UNESCO, como extensão do Centro Histórico de Guimarães, a 19 de setembro.

Boas leituras!

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