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Há por aí poesia à solta. “Tardes enriquecedoras” com os Poetas do Selho

Bruno José Ferreira
Cultura \ segunda-feira, março 25, 2024
© Direitos reservados
Grupo acumula mais de meia centena de encontros ao longo da última década, a divulgar poetas e a defender a língua portuguesa com uma informalidade que pretende manter.

A apresentação de um livro em fevereiro de 2012, com a Capital Europeia da Cultura a germinar, exigia acompanhamento cultural. “Convidamos alguns poetas para partilhar poesia”, recorda Verónica Costa, “defensora da riquíssima língua portuguesa”, ainda que a sua língua nativa seja o francês. Nesse momento, já lá vai mais de uma década, despertou uma consciência coletiva: “A tarde foi enriquecedora. Para além da poesia, também inaugurámos uma exposição, com fotografias de uma poetisa de São Lourenço de Selho. No, final ficou patente que era importante e necessário continuar”.

E assim nasceram os Poetas do Selho, um grupo que dinamiza encontros informais de poesia. “Surge pelo nosso grande amor à poesia, à cultura, e à defesa da língua portuguesa”, aponta Verónica Costa, uma das pessoas que dinamiza o movimento. De lá para cá, já lá vão mais de uma centena de encontros, com o grupo a crescer e a chegar a várias latitudes do concelho de Guimarães. “Sentimos a necessidade de reunir mensalmente”, acrescenta. Não há sítio fixo para reunir, porém. “Não temos uma sede. Vamos sendo convidados por associações e reunimos sempre em locais diferentes”, dá conta.

Há, contudo, um porto seguro, por assim dizer. A Mercearia da Laura, em São Torcato, é “onde nos abrigamos” quando não surge nenhum convite, atira com sorrisos. “Tem um poema nosso afixado numa das paredes, enorme. É lá que nos encontramos”. O grupo segue a receita, e o resultado tem sido “tardes maravilhosas de partilha” em que “o importante é divulgar poetas, a nossa poesia, e partilhar com quem quiser”. E assim vai continuar, informal, sem intenções de estruturação. “Queremos esta liberdade que nos permite encontrar onde quisermos e quando quisermos. Não temos de prestar contas, porque não temos despesas. Cada um paga o que tiver de pagar. Não queremos, de todo, formalizar este grupo”, esclarece. Com os Poetas do Selho, a poesia continuará por aí à solta.

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