Guimarães Allegro assinala uma década com edição especial
Guimarães volta a abrir portas à música erudita com a 10.ª edição do festival Allegro, que se realiza entre os dias 10 e 12 de julho. O evento, nascido da vontade de aproximar a música clássica da comunidade, celebra dez anos de afirmação cultural e de reinvenção de espaços através do som.
A proposta do Guimarães Allegro é clara: retirar a música erudita dos seus palcos convencionais e devolvê-la à cidade, de modo a ocupar ruas, largos e monumentos com concertos que desafiam os limites do habitual. A edição comemorativa reforça esta missão com um programa diverso e surpreendente, que cruza linguagens e formas diferentes de olhar para a música.
Para Miguel Oliveira, vereador da Cultura, o Guimarães Allegro é já um evento com dimensão nacional — e até internacional — que reforça o papel de Guimarães no panorama artístico. Destaca o caráter inovador do festival, que leva a música erudita para fora das salas de concerto, surpreendendo quem passa nas ruas e praças da cidade. “É uma forma de empoderar Guimarães e de desmistificar a música clássica, tornando-a próxima e acessível”, sublinha, referindo ainda o crescimento notável do público ao longo das edições.
Através do envolvimento das associações artísticas do concelho e da participação de jovens músicos e agrupamentos locais, o festival promove o encontro entre gerações, estéticas e formas de criação. Ao mesmo tempo, recebe artistas com percurso reconhecido, num diálogo que enriquece a experiência de quem faz e de quem escuta.
Esta 10.ª edição marca um momento especial na história do festival. Pela primeira vez, o concerto de abertura reunirá a Orquestra de Guimarães e o Quarteto de Cordas de Guimarães num mesmo palco, com Emanuel Salvador ao violino, num cenário tão simbólico como a Igreja de São Francisco. “Será um concerto imperdível, que celebra o talento local e a excelência artística do território”, destaca Bruno Leite, responsável pela direção artística do evento.
Vítor Marques, maestro da Orquestra de Guimarães, salienta que a aposta na ocupação do espaço público e na proximidade com a cidade é central — "uma forma de ir ao encontro de públicos que não estão tão habituados à música clássica e divulgar a música clássica de forma equilibrada e surpreendente. Não há fronteiras entre os diferentes estilos musicais".
Num momento em que a arte é chamada a intervir e a unir, o Guimarães Allegro propõe uma viagem sonora por três dias de música, encontro e descoberta. Mais do que um festival, é uma forma de olhar para a cidade — e de a ouvir de novo.
