
Estudo em Guimarães liga uso de parques à saúde mental e física
Foi apresentado esta segunda-feira, no Laboratório da Paisagem, em Guimarães, o estudo “Impacto dos espaços verdes na saúde mental e física”, realizado em parceria com a Universidade do Minho (UMinho) e o ISAVE. A principal conclusão é clara: mais do que viver perto de zonas verdes, é o uso regular dos parques que influencia positivamente a saúde.
O estudo envolveu 501 residentes de áreas próximas a espaços verdes municipais e analisou dados sobre proximidade, uso, perceção e saúde. Apesar da proximidade física não ter impacto estatisticamente significativo na saúde mental, o uso frequente dos parques revelou-se crucial para melhorar níveis de ansiedade, stress e qualidade do sono. Pedro Morgado, da Escola de Medicina da UMinho, sublinha: “A natureza só tem efeito terapêutico quando se transforma em experiência vivida, regular e ativa.”
O trabalho apoia a Estratégia Verde Radial de Guimarães, cidade que será Capital Verde Europeia em 2026. A iniciativa inclui a criação de três anéis verdes interligados, cobrindo até 74% da população do concelho, com o projeto “Bairro C” já a construir o primeiro anel de 11 km.
O estudo também revelou que as alterações climáticas são fonte de emoções negativas, como tristeza (32%) e impotência (23%). Os utilizadores frequentes dos parques mostraram-se mais preocupados com o ambiente e disponíveis para investir financeiramente em soluções sustentáveis.
Desenvolvido sob uma perspetiva de saúde pública integrada, o estudo alinha-se com os conceitos de One Health e Exposoma, e foi financiado pelo projeto POCTEP Green Gap, no âmbito do INTERREG Portugal-Espanha.