A tarde em que uma marcha-vigília juntou centenas para dizer STOP
"Desta vez, ninguém nos engana. Se o Costa não nos vê, voltaremos para a semana". Em mais um dia de luta dos professores de Guimarães, centenas de profissionais da educação marcharam pela cidade. Na João de Meira, pelas 18h15, anunciava-se: "O André chegou, está aqui." André Pestana, coordenador do STOP, marcou presença e integrou as centenas que se manifestaram, numa demonstração tornada vigília e com muitos lenços brancos.
Ainda antes, às 17h30, à medida que professores e pessoal não docente saía das escolas, o número de pessoas na João de Meira engordava. Tarjas atapetavam o pátio de entrada e a fusão de sons provocados por apitos, megafone, bombos e cânticos davam pistas para o que viria a acontecer. Antes da saída da escola, para marchar rumo ao Toural, o coordenador André Pestana -- recebido com entusiasmo e abraços -- dava o mote: "É uma greve que já tem várias semanas, mas continua em crescendo; estamos fartos de assistir à degradação da escola pública." Evocou-se Zeca Afonso, lembrou-se "os milhões" alocados para a TAP e reforçou-se: "Professores a lutar também estão a ensinar."
A verdadeira dimensão da marcha ficou patente quando a manifestação desceu a Avenida Alberto Sampaio: eram largas centenas os que saíram à rua e ladeavam a muralha. O discurso de André Pestana no Largo do Toural, com críticas ao ministro da Educação, João Costa, ao primeiro-ministro e a Marcelo Rebelo de Sousa, foi pontuado por palavras de ordem.