Radicais Ativos! Violência no desporto
A detenção esta semana de 28 indivíduos, dos quais grande parte serão membros das claques Juve Leo e No Name Boys, por crimes de “roubo, participação em rixa e ofensas à integridade físicas agravadas, inclusive a agentes da polícia” é apenas mais um capítulo num longo historial de crime e violência relacionado com o desporto em Portugal. Estas detenções surgem no momento em que as novas medidas do Governo de combate à violência no desporto estão prestes a irem à votação na Assembleia da República, trazendo assim a discussão sobre o tema para a ordem do dia.
A violência associada ao desporto assume diversas dimensões e acontece nos mais diferentes contextos ou espaços, desde o terreno de jogo, até às bancadas e à envolvência dos recintos desportivos, sendo naturalmente gravosos aqueles que envolvem crianças e jovens praticantes. Este clima negativo em torno das competições desportivas é facilmente observável percorrendo os estádios e pavilhões por este país fora, onde sucedem-se agressões, injúrias e os mais variados incitamentos à violência. Acontecimentos que não excluem ninguém, envolvendo atletas, treinadores, árbitros, e obviamente os espetadores, tão facilmente inflamáveis por aquilo que acontece dentro das “4 linhas”.
A alteração deste paradigma e a criação de um clima saudável para a prática desportiva deveriam ser promovidos de dentro para fora dos clubes, mas, infelizmente, são também muitas vezes os próprios dirigentes e treinadores, que normalizam, legitimam, e inclusivamente praticam comportamentos de violência.
A impunidade total ou ocasionalmente a aplicação de castigos irrisórios perante tais atos perpetuam comportamentos vergonhosos que degradam por completo todo o desporto e o seu nobre sistema de valores.