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O que Guimarães fez durante um ano de pandemia

Vítor Oliveira
Opinião \ quinta-feira, abril 01, 2021
© Direitos reservados
Muitas medidas, muitas frentes, muitos envolvidos. Em apenas um (só) ano.

A pandemia da COVID-19 completa um ano, mas as marcas que o vírus deixa nos adultos e nas crianças podem durar décadas. E, deste período, há marcas que ficam! Sobretudo, o espírito solidário dos vimaranenses no combate à pandemia. A Rede de Apoio Social de Emergência, criada imediatamente pela Câmara de Guimarães, chegou a contar com mais de meio milhar de vimaranenses inscritos na Bolsa de Voluntariado, com o objetivo de responder às necessidades provocadas pela pandemia, no auxílio a pessoas isoladas e de fragilidade social no território concelhio.

Desde a primeira hora, a grande preocupação do Presidente Domingos Bragança foi coordenar o apoio aos mais vulneráveis, principalmente aos idosos em situação de isolamento, famílias carenciadas e aos sem abrigo. Não se perdeu tempo e perante o adversário – até então desconhecido – Guimarães foi para o terreno com uma equipa de técnicos municipais, em estreita colaboração com as Juntas de Freguesia, instituições particulares, Cruz Vermelha, PSP, Bombeiros, GNR, apoiando famílias com fornecimento de alimentos, medicação e outros bens essenciais.

As medidas foram sempre ajustadas e a capacidade de resposta foi aumentada nas áreas que mais se justificavam. Sempre com discrição. Sempre a pensar nas pessoas e nas instituições. A esse respeito, foi criado um interlocutor direto com as IPSS e com a Saúde Pública de Guimarães para facilitar procedimentos. Foi criada uma equipa específica para o apoio psicológico, foram disponibilizadas linhas telefónicas de emergência, distribuídos equipamentos de proteção individual, gel desinfetante (cerca de 3 milhões de litros), máscaras (cerca de 1 milhão). Foi contratado também o serviço para confeção de refeições quentes para entrega a famílias carenciadas sem filhos em idade escolar.

Foram criadas as Equipas Multidisciplinares que, entre outras funções, auxiliaram os vimaranenses infetados com COVID-19, que estavam em casa a recuperar da doença e que, por estarem confinados, precisavam de ajuda para lhes fazerem compras, comprar medicação ou lidar com outras situações de cuidados de saúde. O período era difícil e de angústia. E Guimarães nunca deixou de estar ao lado das pessoas, com sucessivas medidas de apoio, disponibilizando inclusivamente técnicos municipais para o projeto nacional “Salvar Portugal”, que ajudava a fazer o rastreio e a isolar infetados. Em três meses, no ACES do Alto Ave, foram efetuadas cerca de… 50 mil chamadas telefónicas!

No pico da COVID-19, a Estrutura Municipal de Retaguarda, criada pela Câmara de Guimarães, permitiu libertar mais de duas centenas de camas no Hospital Senhora da Oliveira. Em outubro e novembro, quando Guimarães teve cerca de 2 mil casos em duas semanas, o nosso Hospital conseguiu atender todos os doentes graves, sem sobrecargas. O segredo esteve nesta Estrutura para onde iam os doentes infetados que não precisavam de cuidados hospitalares permanentes, mas que também não podiam ir logo para casa.

A NOSSA COMUNIDADE ESCOLAR

Nas escolas, os alunos do 1º Ciclo de Guimarães – o nível de ensino que está a cargo da Câmara Municipal – tiveram acesso a computadores e serviço de internet gratuito para poderem ter aulas à distância. O Município solicitou às escolas o levantamento do número de estudantes que necessitavam de equipamentos informáticos e foram adquiridos 500 computadores e cerca de 500 tablets. Foi ainda concedido um apoio de 12.500 euros aos agrupamentos e escolas secundárias, no sentido de colmatar necessidades de alunos que comprovassem vulnerabilidade social.

Mesmo no período de interrupção de aulas, foram servidos cerca de 200 almoços por dia, no universo dos 14 agrupamentos escolares do concelho de Guimarães. As refeições foram entregues nas escolas ou, para quem não tivesse possibilidade, o Município assumiu a entrega… em casa. Para os alunos do 1º Ciclo, foi ainda disponibilizado lanche ou reforço alimentar. Ainda nas escolas, além de terem sido implementados testes rápidos de rastreio, a Câmara contratou cerca de uma centena de trabalhadores e o número de efetivos passou de 644 (março 2020) para 741 (abril 2021), reforçando-se deste modo a ajuda à comunidade educativa.

Houve também um aumento do número de técnicos de Artes Performativas e de Atividade Física e Desportiva. Foram disponibilizadas mais horas e criados grupos mais pequenos, num investimento-extra que ultrapassou os 500 mil euros. Neste particular, foi ainda feita formação a este conjunto de técnicos para melhor ajudarem as crianças no confinamento e no pós-confinamento. Ao mesmo tempo, foram criados gestores sociais para a infância, que acompanharam dezenas de crianças, devidamente coordenados e capacitados pelo laboratório colaborativo “ProChild”. 

Todos sabemos que a COVID-19 provocou drásticas alterações nas vidas das crianças e das suas famílias. Nesse sentido, o Município de Guimarães iniciou um rastreio à saúde mental de 8 mil crianças, entre os 3 os 10 anos, inscritas nas escolas do pré-escolar e do 1º ciclo do concelho. O rastreio, gratuito, pode ser acedido através da plataforma “+Cidadania”. Além do diagnóstico, a intervenção psicológica é igualmente gratuita para as crianças e famílias que necessitem.

A NOSSA ECONOMIA

No apoio à economia local, foi criado o Gabinete de Crise e Transição Económica, que teve por missão desenvolver um Plano de Ação para diminuir os efeitos negativos no tecido económico-produtivo e a respetiva recessão económica resultante da crise sanitária provocada pela COVID-19. Já programado antes de eclodir a pandemia, foi lançado o quiosque eletrónico “Guimarães Proximcity”, uma plataforma digital onde restaurantes e lojas de comércio podem vender os seus produtos através da internet, com as compras a serem levadas a casa… sem custos de transporte para os vimaranenses.

Preocupada com a retoma do setor económico, a Autarquia prolongou para 2021 a suspensão do pagamento de taxas e outros impostos municipais, nomeadamente, taxas de ocupação de espaço público com toldos e esplanadas, taxas de licenciamento de publicidade existente nas fachadas, licenciamento de guarda-ventos nas esplanadas de ocupação de espaço público para restauração e bebidas de carácter não sedentário, entre outras medidas.

Foi ainda aprovado não aumentar o tarifário de gestão de resíduos para 2021, com o Município a assumir o aumento dos custos com o serviço de gestão e resíduos, em mais de meio milhão de euros, em substituição dos munícipes. A Câmara assumiu ainda o aumento da taxa de saneamento pelo tratamento de águas residuais, estabelecendo um contrato-programa com a Vimágua no valor de 270 mil euros, aliviando a carga das famílias vimaranenses. Outra medida foi o pagamento mensal dos primeiros 5 metros cúbicos de água às famílias que se encontrassem em situação de carência económica.

O apoio do Município de Guimarães, porém, não fica por aqui. Foram prolongadas as isenções de taxas a comerciantes do Mercado Municipal e Feira Semanal, bem como atribuídos subsídios às freguesias de Caldelas (Taipas), Selho S. Jorge (Pevidém) e São Torcato para isentarem em 100% de taxas os comerciantes que participam nestas feiras. Entre outras medidas, Guimarães criou o serviço de teleconsultas “SNS24 Balcão”, já implementado numa dezena de freguesias do concelho, que permite marcar consultas, renovar receitas de medicamentos, realizar teleconsultas, aceder a guias de tratamento, consultar resultados de exames ou avaliar sintomas, sem necessidade das pessoas se deslocarem ao centro de saúde.

UM APOIO (SEMPRE) PRESENTE

Continua ainda em funcionamento o Centro de Acolhimento para Pessoas Sem Abrigo, a entrega ao domicílio de medicação e bens essenciais para pessoas sem retaguarda familiar, a realização de testes PCR nos lares, em articulação com o ICVS (Escola de Medicina da UMinho) e ainda a capacidade de fazer testes rápidos na comunidade escolar. Como forma de reforçar a posição de Guimarães enquanto destino turístico, terão continuidade os trabalhos e projetos relacionados com o posicionamento estratégico da marca “Guimarães” e serão lançados, brevemente, o novo Mapa Turístico de S. Torcato, o novo website “Turismo de Guimarães”, bem como serão realizadas ações de formação destinadas à restauração, alojamentos, empresas de animação turística...

No que à cultura diz respeito, foi dada continuidade à contratação e gravação de espetáculos com vista à sua difusão na Agenda Digital. Guimarães apresentou uma nova plataforma destinada à comunidade artística, onde estão envolvidos cerca de 150 profissionais das artes. O portal “Em Guimarães” é a mais recente arma cultural de combate à pandemia, com uma agenda própria, um diretório de artistas, um mapa dos espaços culturais e uma galeria com mais de 40 espetáculos. Para garantir que o setor cultural continue a trabalhar regularmente. E que o caminho de regresso à normalidade prevaleça neste estado de emergência. Para isso, tem de ser renovado o (nosso) estado de resiliência até entrar em vigor o estado de… eficiência.

 

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