O próximo Presidente
O mais recente artigo do Esser Jorge neste jornal é – quanto ao perfil exigível do próximo Presidente da Câmara de Guimarães – certeiro.
Trespassando o rigorismo - que quase convida a uma “Comissão Administrativa” – o texto parece cair como uma luva no PS local. Mas abre espaço de exame também à direita. E sobre ela a mais que óbvia análise.
A Direita tem escolhido, ao longo da história, os homens certos nos tempos errados. Goradas as tentativas – que teriam probabilidade de sucesso - de atração dos Presidentes Vitorianos (Pimenta e Mendes, sendo que este último permanece ainda num certo imaginário) as duas mais recentes grandes figuras vão sempre “verdes” a jogo. Coelho Lima, agora em “ponto de bala”, foi cedo. E Araújo, que por certo terá a notoriedade condizente com a sua estatura política, vai também cedo. Para quem conhece os “jogos partidários” sabe-se que o PSD é especialista em dar corpo ao velho epítome da Warner Bros: “That´s all Folks”! Ou, traduzindo por miúdos, a lógica interna tem precedência sobre a ordem externa, independentemente das razões atinentes a quem “atirou a primeira pedra”. O “povo”, alheio a isso, tem aplicado a mesma coerência resultante da ação do partido motor do espaço não socialista.
O PS local torna-se, por isso, o centro das atenções tal lhe é a estatística favorável; daí a pertinência de revisitar o artigo de Esser Jorge.
O que vemos, em síntese, é muito claro: um partido balcanizado, conflituoso e gigantesco. Maior em número de militantes que algumas das nossas vilas em eleitores, o PS vai a votos e elegerá, certamente, Ricardo Costa. A OPA, de que fala Esser, não terá suficiência local para destronar o deputado. Contudo, como até agora, os despiques internos continuarão e subirão de tom à medida que se chega ao momento da decisão. Costa que – para quem queria ser Presidente do Município – cometeu o erro de trocar Guimarães por Lisboa, ficará encurralado, por este mesmo argumento, pelos “litigantes” que já se apresentaram a jogo. O “barulho” será ensurdecedor. E é aí que recai a “minha aposta”. Luís Soares, o próximo Presidente da Distrital socialista, surgirá como o “pacificador”. Costa, acantonado, porém “instalado” na capital, indicará um ou dois nomes para pacificar os seus seguidores e ficar-se-á por isso mesmo.
Na política, tudo muda de um momento para o outro, mas se o “numerador e o denominador” se mantiverem, a matemática costuma ser implacável.