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O dia 12 de Outubro

Francisco Brito
Opinião \ quinta-feira, outubro 09, 2025
© Direitos reservados
Habitação e a mobilidade como tópicos principais de todas as forças políticas, os vimaranenses irão fazer as suas escolhas em função da capacidade dos candidatos para a resolução destes problemas.

No próximo dia 12 decide-se o futuro de Guimarães. Se me fosse pedido para apostar num resultado, diria que é provável que a coligação Juntos por Guimarães vença as eleições e que é praticamente certo que o PS, mesmo que vença, perderá a maioria absoluta.

A equipa socialista, que se candidata à Câmara Municipal com o slogan Afirmar Guimarães, parece fazer um corte radical com as pessoas que, num passado recente, serviram Guimarães (nenhum vereador do anterior executivo socialista faz parte da nova equipa candidata à Câmara). Isto, embora Ricardo Costa faça uma avaliação muito positiva dos mandatos do Dr. Domingos Bragança, chamando a si o legado de 36 anos de governação socialista. No entanto, uma polémica pública entre o Presidente da Câmara e Ricardo Costa a propósito da revisão do PDM deixa claras as divisões existentes. A candidatura de Ricardo Costa procura fazer um caminho próprio, o que é legítimo.  Apresenta propostas ambiciosas, como a criação de um metro de superfície, a abertura de uma ligação à autoestrada na zona norte do concelho, captação de investimento ou a construção de 1.000 habitações. Contudo, muito do que Ricardo Costa promete é precisamente aquilo que o seu partido não conseguiu cumprir nos mandatos anteriores, nomeadamente nos executivos que o actual candidato integrou como vereador.

A candidatura Juntos por Guimarães parece querer manter e reforçar o que de bom foi feito pelos anteriores executivos socialistas (no património classificado, na cultura e nos programas culturais, na ligação ao ensino superior, nas escolas ou na Capital Verde) e apresenta novas soluções para os problemas que os anteriores executivos não conseguiram resolver: mobilidade, habitação (onde se inclui a construção de 400 fogos já contratados com o Estado, PPPs para habitação, apoio ao cooperativismo, etc.) creches, captação de investimento, entre outros. Ricardo Araújo faz um diagnóstico em que aponta a estagnação de Guimarães, em vários domínios, como o principal problema. Os dados oficiais dão-lhe razão: Guimarães, que historicamente disputava o lugar de principal concelho do distrito com Braga, tem hoje menos relevância económica do que Braga, cresce menos (em número de habitantes) do que Famalicão e apresenta um salário médio bastante inferior ao de Braga e Famalicão. Estas questões são importantes não pelas rivalidades regionais subjacentes, mas pelo que representam para a qualidade de vida dos vimaranenses e para a capacidade reivindicativa do concelho junto do Governo. É esta preocupação com o futuro de Guimarães que marca o programa de Ricardo Araújo.

Com a habitação e a mobilidade como tópicos principais de todas as forças políticas, no dia 12 os vimaranenses irão fazer as suas escolhas em função da capacidade dos candidatos para a resolução destes problemas. Contudo, as eleições não se vencem apenas pela valia das ideias de cada força política. A capacidade de mobilização no terreno, os hábitos enraizados, o medo da mudança, o aparecimento de novas forças políticas ou o desgaste das forças políticas dominantes são, talvez, o fator principal em eleições desta natureza.

Convirá que os vimaranenses se informem e que, no dia 12, decidam com conhecimento de causa e com liberdade de pensamento.

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