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O 25 de Abril e as gentes de Guimarães

Alfredo Oliveira
Opinião \ quinta-feira, abril 14, 2022
© Direitos reservados
Tempos revolucionários onde a intervenção política trespassava toda a sociedade e em que ser do PCP era estar “muito à direita”.

Clandestinidade - Associativismo - Estudantes - Mulheres/Desporto são as temáticas que desenvolvemos no destaque desta edição, pensando no 48º aniversário do 25 de Abril de 1974, ou no arranque oficial das comemorações do 50.º aniversário da Revolução dos Cravos, no passado dia 23 de março.

Nesse dia, como afirmava o primeiro-ministro, António Costa, “completam-se 17 500 dias sobre o dia 25 de Abril de 1974. Hoje é o dia em que Portugal vive há mais dias em liberdade do que aqueles que viveu em ditadura”.

É este antes e o depois que marcam algumas gerações. Para quem nasceu no início da década de sessenta do século XX, o 25 de Abril, para a maioria dessas pessoas, estando incluído nesse grupo, foi a porta que se abriu para um novo mundo. A liberdade tornou-se algo precioso, pois ficamos a saber, curiosamente, o que era viver em ditadura.

Foram tempos marcados pelas famosas e concorridas RGAs (Reuniões Gerais de Alunos) que chegaram a determinar o funcionamento das escolas; pelas greves daí  resultantes que levavam à suspensão das aulas; pelo nascimento das associações de estudantes (apesar de muitos jovens da altura não saberem o que isso era) fortemente politizadas e interventivas, pouco ou nada comparadas com as atuais que se tornaram, em muitos casos, agências de viagens; pelas situações curiosas como a do professor de ginástica que estava na aula a praticar as “matracas”, pois à noite tinha um comício complicado. Tempos revolucionários onde a intervenção política trespassava toda a sociedade e em que ser do PCP era estar “muito à direita”.

Se o mundo esteve de “pernas para o ar” nesses primeiros anos, o tempo colocou-lhe as pernas para baixo, mas, felizmente, a liberdade, apesar de tudo e de determinados condicionantes, podemos dizer, mantém-se.

No trabalho agora publicado, vamos ao encontro de pessoas da nossa proximidade que viveram esses tempos de uma forma muito intensa, com boas memórias e boas histórias desse período.

 

Um outro trabalho marcante desta edição é sobre os campos relvados sintéticos inaugurados, um pouco por todo o concelho, por parte da Câmara Municipal de Guimarães.

Tudo começou a 18 de fevereiro de 2012 com a inauguração do primeiro campo sintético em São Torcato, o Campo do Arnado.

De lá para cá, a Câmara investiu mais de quatro milhões de euros em dezanove campos para o futebol distrital. Num trabalho de investigação apresentado agora, constata-se que apenas cinco sintéticos têm as medidas exigidas pela Federação Portuguesa de Futebol e mais de metade nem para o patamar mais alto da AF Braga serve e, dos seis campos inaugurados em Guimarães em 2021, apenas um poderá ser utilizado nos nacionais.

 

Neste segundo de ano de publicação do Jornal de Guimarães em revista, que poderá receber em casa através da assinatura do mesmo, existem outros motivos para uma leitura atenta.

 

Uma boa Páscoa.

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