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Justiça poética à velocidade de um foguete…

José Fidalgo Martins
Opinião \ terça-feira, janeiro 23, 2024
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O antijogo é marca do futebol português, mas não só. Também noutras latitudes, como a América do Sul, o antijogo é uma autêntica arte. Infelizmente o mundo do futebol convive bem com esta realidade.

O treinador do Vitória SC, Álvaro Pacheco, no final do jogo com o Sporting de Braga e ainda a recuperar da emoção do golo “Puskas” de João Mendes, acusou o seu adversário de praticar antijogo. Embora não tenha tido a concordância de Artur Jorge, diria que foi factual a constatação do técnico vitoriano. Mas, também diria, que nem foi sequer das situações mais escandalosas que já vimos. Em comparação, por exemplo, com aquilo que o Boavista fez na véspera, o antijogo do Braga foi uma brincadeira de crianças.

O antijogo é de facto uma marca do futebol português, mas não só. Também noutras latitudes, como é o caso da América do Sul, o antijogo é uma autêntica arte. Infelizmente o mundo do futebol convive bem com esta realidade onde se mistura a estratégia e a legítima gestão do jogo, com situações de plena desonestidade como as simulações de lesões. A esse propósito e voltando ao “dérbi minhoto”, o comentador radiofónico apelidava o “desmaio” do guarda-redes bracarense nos minutos finais do jogo como uma prova de experiência do dito-cujo. Outros truques e artimanhas que também fazem parte do cardápio habitual do jogo são muitas vezes valorizadas ou no mínimo normalizadas.

Esta natureza do jogador de futebol para o engano revela-se desde tenra idade, onde as crianças, ultrapassada a fase livre e descomplexada da sua prática futebolística, rapidamente assumem os comportamentos dos seus ídolos, e ao menor pretexto se agarram-se ao pé e rebolam no chão como se não houvesse amanhã.

Ao contrário de outras modalidades, o futebol cristalizou nas medidas de combate ao antijogo. Uma incapacidade e um amadorismo total na gestão do tempo onde o melhor que se conseguiu foi mesmo esticar o período de descontos, que, em grande parte dos casos não penaliza na justa medida, o clube infrator.

De longe a longe temos a tal justiça poética, como aquela saída em jeito de foguete dos pés de João Mendes…

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