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Depois das trevas, a luz

Raul Rocha
Opinião \ sexta-feira, novembro 03, 2023
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O Vitória de 2022/2023, sem a dupla de centrais Amaro e Bamba, e só com os novos Tomás Ribeiro e João Mendes, e no último domingo Mangas, parece em 2023/2024 encantar com o seu futebol arte e golos.

Quando há escassos três meses, o Vitória perdeu em Guimarães com uma desconhecida e frágil equipa do leste europeu e deixou prematuramente a Europa, Moreno, o treinador milagre da época anterior bateu com a porta, ao presidente ocorreu que um seu amigo treinador brasileiro podia salvar a época, e tudo desabou, todos se convenceram que iríamos ter uma época de trevas.

Nas assembleias gerais da SAD e do clube, o porta-voz da administração acreditava que até junho o Vitória realizaria 20 milhões em vendas de jogadores, já estavam contabilizados dez milhões de André Amaro, só faltavam mais dez.

Poucos acreditaram até porque as equipas A e B não mostravam novos valores. É certo que uma folha distribuída revelava que a Vitória SAD tem um património de agência de dezenas de passes que jogam em variadíssimos clubes portugueses e internacionais. Por exemplo Reisinho, jogador vedeta do Boavista de hoje, é parcialmente património do Vitória. Se brilhar num jogo contra nós, o adepto chorará, o gestor pensará nas mais-valias que podem vir…

De repente, a luz.

Um treinador carismático, conhecedor do futebol português e da região ficava livre, dispensado pelo Estoril, numa daquelas decisões que nunca ninguém entenderá, e o Vitória aproveitou.

Todos voltaram a acreditar

O Vitória de 2022/2023, sem a dupla de centrais Amaro e Bamba, e só com os novos Tomás Ribeiro e João Mendes, e no último domingo Mangas, parece em 2023/2024 encantar com o seu futebol arte e golos.

A B que parecia condenada a perder sempre, a descer escalão a escalão, numa tarde de um feriado, com um jogo transmitido na tv, deslumbrou todos com um 5-1 em Aveiro. Revelou valores desconhecidos na defesa, no meio, no ataque. O comum dos adeptos já lhes decorou os nomes: Ruca, Lumungo, Gonçalo Nogueira, Gonçalo Pinto, e já se acredita que vão proporcionar os milhões lançados nas assembleias gerais.

Tudo mudou.

A época, e bem, foi planeada com a continuidade do “ano zero” de 2022/2023, sem investimentos de risco, a formação da B que deve sustentar a renovação da A parece garantida, pelo que nem mesmo os empréstimos à taxa de 11% devem assustar.

Por hoje, a luz. Que o ciclo se prolongue.

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