skipToMain
ASSINAR
LOJA ONLINE
SIGA-NOS
Guimarães
21 novembro 2024
tempo
18˚C
Nuvens dispersas
Min: 17
Max: 19
20,376 km/h

Ah, mas são verdes!

Orlando Coutinho
Opinião \ quarta-feira, outubro 25, 2023
© Direitos reservados
Esta “sede ao pote” (…) é um reconhecimento por parte dos socialistas da necessidade de terem algo palpável para apresentar ao eleitorado vimaranense nas próximas autárquicas.

Guimarães não se apresentou suficientemente “madura” para albergar o título de Capital Verde Europeia um distintivo organizado pela Comissão Europeia que reconhece e premeia os esforços locais para melhorar o ambiente e, consequentemente, a economia e a qualidade de vida nas cidades.

Sem autoflagelações, o facto de Guimarães ter estado na poule final de cidades que disputaram o “award”, contempla méritos que o líder da alternativa política ao atual poder, Ricardo Araújo, soube reconhecer. Contudo, este prémio tornou-se numa espécie de “fetiche” para os lados de Santa Clara.

Sem querer saber dos méritos e fragilidades da candidatura, qual o caminho a percorrer e, no fundo, o que teremos pela frente para nos tornarmos ambientalmente sustentáveis – sem perdermos a competitividade económica – o Município apressou-se em anunciar a apresentação nova candidatura para 2026.

Esta “sede ao pote”, mais do que a preocupação ambiental que deveria estar inerente a um projeto desta dimensão, que contempla uma aturada transição de processos que deverá envolver toda a comunidade mais do que os “gabinetes”, é um reconhecimento por parte dos socialistas da necessidade de terem algo palpável para apresentar ao eleitorado vimaranense nas próximas autárquicas. De forma insuspeita foi, igualmente, portadora desta mensagem a ex-deputada ecologista Prof.ª Mariana Silva, sublinhando a precipitação deste processo repetente.

Em vez do malfadado Ministro (do desinvestimento) da Educação, a empresa municipal Vitrus – eixo fundamental num processo que exige o seu envolvimento direto para cumprimento das responsabilidades que lhe estão acometidas pela Câmara em matéria ambiental – podia convidar para os seus “Talks” e reflexões públicas Luís Cirilo. Este ativo vimaranense, com uma vasta experiência política, acompanhou um processo estruturante em matéria ambiental no Município de Gaia, quando o então Presidente de Câmara colocou como desígnio ambiental dotar de bandeira azul todas as praias daquele concelho. O processo demorado, aturado, mas consistente e bem-sucedido, bem podia ser farol, como “case study”, dos segredos e detalhes que uma transformação estrutural que envolve indústrias, instituições públicas, sociais e privadas e a comunidade dos cidadãos em geral, comporta. Mas o “orgulhosamente sós” do PS tem-nos conduzido, inevitavelmente, à condição de “aluno repetente”. 

Por cá, vivemos para o “glamour”, para as TV´s, para as megalomanias, das glórias passadas e sem uma sólida e aberta visão do futuro, nesta, como noutras matérias.

É bem verdade quando se diz que não resolvemos um problema insistindo na mesma receita.

Falta, pois, saber se – enquanto comunidade – estaremos dispostos a fazer a transformação deste “ambiente político”. Por uma questão de salubridade!

Podcast Jornal de Guimarães
Episódio mais recente: O Que Faltava #83