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O desporto feminino que ficou esquecido

José Fidalgo Martins
Opinião \ quarta-feira, abril 26, 2023
© Direitos reservados
Em contraponto com o sucesso do futebol, a prática feminina noutras modalidades continua residual. Em Guimarães, contam-se pelos dedos as atletas no hóquei em patins, râguebi ou polo aquático.

A promoção da Igualdade de Género no desporto tornou-se e bem, numa prioridade na definição das políticas desportivas locais e nacionais, tendo como objetivo a diminuição das diferenças significativas entre os índices de prática masculina e feminina. Em Guimarães, em cinco anos, a prática desportiva feminina cresceu mais de 70%, representando mais de 600 novos praticantes. São números relevantes e que acompanham a tendência nacional.

Neste contexto é de saudar a ampla promoção e apoio à prática feminina de modalidades como o futebol ou futsal, como exemplo na luta contra os tabus e preconceitos da nossa sociedade e que também são manifestados na prática desportiva. A FPF registava no final de 2022, um recorde de praticantes femininas, com mais de 13 mil jogadoras de futebol e futsal. Um número que duplicou em apenas uma década e que espelha o sucesso das ações de marketing e das medidas de apoio em torno da prática feminina!

A realidade local também espelha esse sucesso e a mudança de paradigma no desporto feminino. Em 38 modalidades existentes em Guimarães, o futebol é pela primeira vez em 2023, a modalidade mais praticada pelas mulheres, ultrapassando o voleibol e a ginástica!

Em contraponto com o sucesso do futebol, a prática feminina noutras modalidades continua a ser residual. Em Guimarães contam-se pelos dedos das mãos as atletas que praticam hóquei em patins, râguebi ou polo aquático e, só o conseguem fazer nos escalões mistos de formação. A partir daí a sua prática tem de ser feita fora do concelho. Também noutras modalidades, como o automobilismo, boxe, golfe, ténis de mesa, tiro ou xadrez, a prática desportiva é maioritariamente masculina.

O praticante feminino enfrenta nestas modalidades, longe dos holofotes mediáticos, as mesmas dificuldades de acesso e participação que a aspirante a jogadora de futebol ou futsal, sentia há 10 anos.

O desporto feminino que ficou esquecido e que urge dar visibilidade e atenção.

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