Ano Novo, Hábitos Velhos
Para nós vitorianos, o final de 2022 foi penoso, em termos de exibições e resultados, existindo um sentimento de grande frustração e desilusão nas hostes Vitorianas. A equipa principal não ganha um jogo desde novembro, tendo neste período um desempenho muito abaixo das expetativas na Taça da Liga e terminando o ano da pior forma com uma pesada derrota em Vizela.
Começamos 2023 com esperanças renovadas, mas como a mudança de ano num calendário não faz milagres, descemos rapidamente à Terra, com mais um empate caseiro na Liga e com o afastamento da Taça de Portugal.
Mas foi na ressaca deste último desaire, que apesar de estarmos num novo ano, os velhos hábitos demonstraram que estão bem escorados. Se compreendo (porque me incluo nesse grupo) que durante e após um jogo e ainda a “quente” a maioria das vezes a irracionalidade prevalece sobre uma avaliação ponderada, já é menos compreensível que a mesma se mantenha nos dias seguintes.
E aí, os velhos hábitos grassam nas conversas de café, nos fóruns e inevitavelmente pelas redes sociais. Se o jogo da Taça só tivesse tido 80 minutos, os jogadores e equipa técnica seriam heróis, seriam idolatrados. Mas um jogo de futebol tem pelo menos 90 minutos, e esses últimos 10 minutos tornaram esses precoces heróis em verdadeiros incompetentes, amadores e sem o tão afamado ADN Vitoriano. Regressaram as vozes que pedem o despedimento do treinador e de alguns jogadores, e obviamente a demissão da direção. Este velho hábito é habitualmente perpetrado pelos mesmos adeptos que também são os primeiros a idolatrar aqueles que agora querem escorraçar.
Da mesma forma que apoiamos incondicionalmente o nosso clube, temos o direito de criticar e exigir mais e melhor de quem nos representa em campo e fora dele. Todavia, isso é muito diferente de estar constantemente a pedir a substituição dos seus intérpretes.
Acredito e defendo que uma equipa técnica deve ter a estabilidade e proteção de uma direção para, no mínimo, efetuar uma época completa, a menos que essa equipa técnica avalie que já não tem capacidade nem soluções para alcançar bons resultados.
Igualmente, acredito e defendo que uma direção pode ser criticada, mas isso não significa que não deva cumprir a totalidade do seu mandato e ser avaliada apenas no fim, a menos que pratique atos graves e contrários aos estatutos do clube.
Não sou “Morenista” nem “Cardosista”, sou apenas mais um entre os muitos do universo Vitoriano que independentemente de criticarem opções da direção e treinador acreditam que a estabilidade e o sucesso do Vitória nunca serão alcançados com constantes alterações movidas pela desilusão do golo falhado de baliza aberta.
Para 2023 desejo que:
- A Direção do Vitória releia o seu programa eleitoral, reflita e que alcance muitos dos objetivos prometidos aos Vitorianos;
- O plantel de futebol nos proporcione muitos jogos de 90 minutos com a qualidade e a entrega dos primeiros 80 minutos realizados em Braga;
- Seja um ano repleto de muita saúde e sucessos para toda a Nação Vitoriana, equipa do Jornal de Guimarães e seus leitores!
Saudações Vitorianas!