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Novamente castigado em momento crucial: hora H nada quer com o Vitória

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, janeiro 21, 2023
© Direitos reservados
Pontaria de João Mário no último lance da primeira parte revelou-se fatal para as aspirações de uma equipa que até estava a controlar o jogo a nível defensivo. Jejum de vitórias é agora de oito jogos.

Tudo parecia indicar que o Vitória chegaria ao intervalo empatado a zero com o FC Porto; a luta pela bola concentrava-se no meio-campo, os ataques de uma e outra equipa saíam invariavelmente pela linha final ou acabavam intercetados pelos defesas e não havia um sentido ofensivo claro na partida, apesar da maior posse de bola azul e branca. Mas também tudo parecia indicar que o Vitória sairia vencedor da eliminatória da Taça de Portugal com o Sporting de Braga, que esteve a vencer por 2-0 até ao minuto 80.

No último suspiro da primeira metade, o Porto insistiu no ataque, Afonso Freitas escorregou quando tentava marcar João Mário e o lateral direito assinou um remate cruzado indefensável para Bruno Varela. Estava assim selado o destino de mais um jogo em que prolonga a seca vitoriana: são agora oito os jogos oficiais consecutivos sem triunfos para a equipa de Moreno. Apesar de os vitorianos se terem mantido sempre na discussão do jogo, Moreno foi brindado com alguns lenços brancos após o apito final.

A ausência de Ibrahima Bamba foi a principal surpresa no onze de Moreno: André Amaro regressou ao trio defensivo após a suspensão da jornada anterior e ocupou a posição central, ladeado por Jorge Fernandes, à direita, e por Mikel, à esquerda. Juntamente com Afonso Freitas, na meia esquerda, e com Mikey Johnston, na ala esquerda do ataque, foram as novidades de uma equipa disponível para a batalha por cada lance, pese a rapidez com que os portistas lançavam os ataques quando tinham espaço.

Penalizada mais uma vez num momento crucial – golo sofrido no último lance da primeira parte, com João Mário a aproveitar escorregão de Afonso Freitas para rodar o corpo e atirar para o fundo das redes -, a equipa de Moreno congelou quase todos os ataques contrários com solidez e rigor posicional. Até ao golo, a melhor ocasião dos azuis e brancos resumira-se a um remate cruzado de Wendell para fora.

A manobra ofensiva não teve, porém, o mesmo sucesso nas dificuldades criadas aos portistas. Assim que ganhava a bola, a linha mais recuada do Vitória ou alguém da dupla Dani Silva-Janvier procurava lançar de imediato André Silva ou Jota Silva; a bola até progredia pela ala direita, mas o último passe nunca saiu a jeito de uma finalização.

O duelo prosseguiu assim longe das balizas, com marcações cerradas sobre os elementos mais criativos. Essas amarras só se soltaram por duas vezes até ao intervalo: uma, aos 37, quando Mikel atirou ao lado de frente para a baliza, na pequena área, e outra aos 45+2, no golo de João Mário.

Os pupilos de Moreno insistiram nos mesmos processos ofensivos ao longo da segunda metade, mas com escassos resultados em termos de perigo criado para a baliza de Diogo Costa. Por outro lado, a defesa teve de se preocupar mais com as arrancadas de Galeno, muito mais liberto em comparação com a primeira parte. O extremo portista obrigou várias vezes dois jogadores a marcarem-no e esteve na origem dos lances mais claros para golo dos portistas: os remates de Taremi e de Pepê por cima. 

Só nos 10 minutos finais é que o Vitória foi verdadeiramente capaz de um último forcing em busca do empate: Safira rematou cruzado, com perigo, ainda nos 90 minutos regulamentares, e Mikel teve mais uma vez o empate nos pés após lance confuso na área portista. Desperdiçou-a com um remate frouxo.

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