Vitória escreve conto de Natal com números redondos e heróis improváveis
Faltavam 06.43 minutos para a última buzina, e o Vitória SC liderava o marcador, como acontecera em praticamente todo o jogo. Henrique Barros comete falta sobre Cornelius Hudson, o melhor marcador do Vitória até então, com 25 pontos, e os dois jogadores desentendem-se, sendo ambos excluídos. A equipa de Miguel Miranda perdia o principal construtor de jogo e pontuador com 73-67 no placard, frente a uma das equipas mais cotadas da Liga Betclic masculina de basquetebol, com uma estatura média mais elevada e invicta em casa até então.
O treinador vitoriano pediu desconto de tempo a 05.38 minutos do fim – 73-69 como resultado – e é então que Luís Faial, pouco utilizado até então, veste a pele de herói. O extremo luso-angolano marca numa recarga, acerta um triplo e lança-se para um final com 14 pontos. Mesmo com a exclusão de Dzmitry Ryuny, a terceira no encontro, o Vitória encontrou sempre o jogador vazio no ataque e demonstrou um acerto notável no tiro exterior – converteu 16 das 38 tentativas (42% de eficácia).
Pese as baixas, o Vitória revelou-se pleno de soluções na ponta final e lançou-se para um extraordinário (e surpreendente) triunfo por 100-80 em Oliveira de Azeméis, em jogo referente à 11.ª e última jornada da primeira volta, tendo subido provisoriamente ao quarto lugar, com seis vitórias e cinco desaires (17 pontos); a Oliveirense surge logo atrás, com 16, mas menos dois jogos disputados.
Os pupilos de Miguel Miranda começaram a desenhar o triunfo no primeiro quarto do desafio; quando o marcador estava igualado a 10 pontos, o Vitória rubricou um parcial de 14-0, com Ferrán Ventura a pontuar bem acima do seu registo habitual – o galego foi o segundo melhor marcador dos homens de Guimarães, com 24 pontos.
A partir daí, a vantagem vitoriana oscilava em torno da barreira dos 10 pontos, ora acima, ora abaixo. Assim aconteceu no terceiro período quando o Vitória regressou à diferença de 14 pontos e a Oliveirense assinou um parcial de 8-0. Nesse momento, coube a Pedro Bastos e a Pedro Pinto arrefecerem o ímpeto dos vermelhos e azuis com cestos em momentos cruciais. Os timings em que o Vitória anulou as sucessivas reações da equipa da casa são, aliás, um dos segredos para o conto de Natal que se escreveu no sábado à noite.