Vera Mantero e Dançando com a Diferença: um misto de sentimentos

Neste sábado, dia 1 de maio, às 11:00, Guimarães recebe a estreia que assinala os 20 anos de existência da companhia Dançando com a Diferença. Criado em 2001, o projeto surge na Região Autónoma da Madeira, que junta em palco oito intérpretes com e sem deficiências, cada um a ultrapassar as suas dificuldades, por uma só causa: dançar.

Sob a direção artística de Henrique Amoedo, a Dançando com a Diferença tornou-se uma referência do panorama artístico europeu quando falamos de arte inclusiva. Henrique Amoedo reflete que, quando começou, existiam poucas ofertas de cariz artístico para pessoas com deficiência. Isso motivou-o a fazer a diferença.

“Tornamos mais comum e é importante mudarmos a norma que é o corpo em cena. Aceitar diferentes corpos em cena, diferentes sensibilidades, diferentes formas de estar em cena, diferentes formas de raciocinar", esclarece. "Isso está assente no que é inclusão em cena. A Dançando com a Diferença, por exemplo, tem conquistado espaços na programação artística. Por exemplo, está na programação normal do Guidance. Não são eventos que tenham a ver com deficiência. Ou seja, vamos conquistando espaços"

Vera Mantero iniciou o projeto com intenção de ficar três semanas, mas com a pandemia, a permanência foi de três meses. Segundo Amoedo, a pandemia veio dificultar o processo e as fases de criação. Em janeiro foi necessário interromper os ensaios devido à infeção de um elemento do grupo e, por essa razão, como alternativa, os ensaios fizeram-se via Zoom.

Henrique Amoedo explica de que forma se lembra do nome de Vera Mantero para criar Vaamo share oque shop é Beiro Pateiro. “Cada coreografo que eu convido para a minha companhia, é muito estudado, juntamente com a sua obra. Estudo para escolher e ver qual é o momento adequado para esse coreografo trabalhar connosco para que essa colaboração contribua para o crescimento da companhia e para o crescimento dos bailarinos. Achei que este era o momento oportuno para trabalharmos de forma muito ousada e muito diferente".

Quando se pergunta a Amoedo de que forma se pode descrever esta peça, a característica que se destaca é alegre. “A principal característica é alegria. E é engraçado ter um espetáculo assim neste momento, neste tempo de pandemia é um parodoxo. É uma grande característica da arte irmos buscar aquilo que falta noutro lugar. Estamos num tempo soturno e cinzento e isto vem trazer cor e alegria".