UMinho tem beneficiado de região “sensata e empreendedora” – João Rosas
Quando se comparam os índices de desenvolvimento de Portugal e do Minho em 1974 e em 2024, João Cardoso Rosas crê que “o mínimo” que se pode dizer é que a Universidade do Minho deu “um importante contributo para uma transformação estrutural” da região. No entender do presidente da Comissão Comemorativa dos 50 anos, assinalados este sábado, a instituição conseguiu-o pela “formação de profissionais competentes”, pela “participação em muitos projetos de investigação e desenvolvimento” e pela proximidade com o tecido cultural e produtivo da região.
“A Universidade do Minho está fortemente ligada ao desenvolvimento económico, social e cultural do país, desde logo da região em que se insere. A nossa universidade teve a sorte de ser implantada num território de gente sensata e empreendedora, e sempre soube relacionar-se de forma próxima com as empresas e com as autarquias”, realçou, no discurso proferido durante a sessão solene do 50.º aniversário, decorrido na manhã deste sábado, no salão medieval da reitoria, em Braga.
Essa “universidade sem muros” distingue-se pelo “compromisso com a produção e o desenvolvimento de conhecimento avançado em todas as áreas científicas”, que fazem dela “uma universidade completa” e uma “universidade internacional, do mundo”, embora implantada em duas cidades que têm contribuído para a sua projeção.
“Braga e Guimarães são cidades históricas, que afirmam de modo singular a força e o sentido de um país, cidades universitárias cada vez mais baseadas no conhecimento, na inovação e na cultura. São cidades que pertencem a Portugal e ao mundo, a construir o futuro agora, com a Universidade do Minho como parceira”, enalteceu o também presidente da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH).
O professor do Departamento de Filosofia da ELACH lembrou ainda que a Universidade do Minho mantém o “compromisso com os valores da liberdade, da tolerância, da participação democrática e dos direitos humanos”, algo que remonta à sua fundação, em temos de “transição para a democracia”, em Portugal e noutras áreas da Europa.
“Se os anos 70 do século XX foram um processo de arranque para a expansão da democracia, primeiro na Europa, de sul para leste, e depois no resto do mundo, o tempo que vivemos hoje é de crise e de retração dos modelos democráticos. É o que acontece em democracias recentes e frágeis, mas também em democracias consolidadas, com movimentos anódinos que recordam a possibilidade real de destruição destes regimes a partir de dentro”, avisou.