
Treinador e atletas a uma só voz: Sevilha foi afirmação do que é o Vitória
A terceira ida a Sevilha foi a mais feliz para as cores vitorianas: a derrota sem margem para dúvidas de 2005, no Sánchez Pizjuan, perante o Sevilha FC (3-1), e o ingrato desaire pela margem mínima na viagem inaugural ao Benito Villamarín deu lugar ao empate animador desta quinta-feira, que adia a decisão dos oitavos de final da Liga Conferência para a próxima semana, em pleno Estádio D. Afonso Henriques.
Após o 2-2, num jogo pleno de ritmo e emoção, o treinador Luís Freire realçou que o conjunto vitoriano deu um passo para ser ainda mais respeitado na Europa do futebol, num percurso imaculado de 10 triunfos e três empates, entre pré-eliminatórias e fase de liga. “Acreditamos cada vez mais que podemos fazer coisas boas juntos. Falta a segunda mão e espero que os nossos adeptos estejam connosco e passem uma energia boa. Demos um passo para nos respeitarem e acredito que o Vitória vai fazer a vida negra ao Betis na segunda mão. Estamos a mostrar que somos uma grande equipa, com muita qualidade no nosso jogo”, referiu.
No rescaldo da sua estreia europeia, o treinador vincou ainda que os seus jogadores “foram fiéis” à estratégia prometida, com “um grande jogo num ambiente incrível”, e expressou “um orgulho grande” pela ambição dos seus atletas. “Conseguimos desdobrar rápido para o ataque, quebrámos a pressão, tivemos oportunidades claras, com uma grande primeira parte. Na segunda o Betis entrou a fazer o golo, mas o João Mendes também fez logo a seguir um grande golo. Quisemos ter bola, quisemos jogar, sofremos o 2-1, mas respondemos novamente muito bem”, vincou.
O capitão Tomás Händel realçou, por seu turno, que “quem não conhecia” o Vitória “passou a conhecer”. “Fomos fiéis à nossa identidade, a malta desfrutou com seriedade e responsabilidade. Criámos várias ocasiões para marcar e a eliminatória está em aberto para a segunda mão, em Guimarães. No D. Afonso Henriques será um ambiente fervoroso e no balneário só pensamos em vencer para seguir em frente”, disse.
Autor do mais espetacular golo do desafio, candidato, aliás, a golo do dia na Liga Conferência, João Mendes mostrou-se feliz pelo “golo especial”, “num grande estádio”, contra “um adversário de qualidade”, a dar “mais sabor a um dia que vai guardar para sempre”, também marcado pela troca de camisola com Isco, médio que idolatra e que apontou o segundo golo do Betis.
“Seria muito injusto sair daqui com a derrota. Realizámos uma grande primeira parte, onde não marcámos só por detalhes. Não foi a primeira prova de força deste grupo. Sabemos o que valemos e quando assim é fica tudo mais fácil”, vincou.