AVH quer lançar “Fábrica do presente” para elevar restauração e hotelaria
Convencido de que “os setores da restauração e da hotelaria são dos que mais riqueza trazem a Guimarães”, o presidente da Associação Vimaranense de Hotelaria, José Diogo Silva, sugeriu o lançamento da iniciativa “Fábrica do Presente”, para se discutir “quais os desafios a enfrentar, quais os passos que têm de ser dados e qual o futuro do setor” na cidade-berço. “Discutir e debater estes setores é preservar a estabilidade económica e social do concelho”, frisou, na tomada de posse para o segundo mandato, decorrida no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento, na tarde de sábado.
Eleito para mais dois anos na liderança da AVH, o responsável sugeriu que a iniciativa pode funcionar nos moldes do Inovação & Fábrica do Futuro, programa que se desenrolou ao longo do último mês de outubro, ou por semanas. Essa semana deve, por exemplo, esclarecer os empresários como “podem ter mais sucesso” e como podem estar mais preparados para lidar com a transição ambiental. “Se queremos empresários mais preocupados com as questões ambientais, temos de lhes dar mais ferramentas para que estes mesmos empresários vivam e sintam o seu negócio em vez de sobreviverem dentro do seu próprio negócio”, realçou.
José Diogo Silva crê que “o futuro da restauração e da hotelaria passa por uma proximidade maior com os jovens”, por “uma valorização maior de salários e de condições de trabalho no setor”, por “uma aposta forte de modernização dos processos” e por medidas públicas que “facilitem o dia a dia destes empresários, destas famílias e destes trabalhadores, que veem em Guimarães, e nos setores por nós representados, um caminho para o sucesso pessoal e profissional”, tenham eles a origem e a nacionalidade que tiverem.
“Não há nacionalidades, cor de pele ou orientação sexual. Há pessoas e há trabalhadores e trabalhadoras da restauração e da hotelaria. Mas se queremos tornar o setor cada vez mais atrativo e competitivo temos também de o capacitar e fazer ver aos outros que este setor da economia é aliciante e compensador”, realçou o dirigente.
A instituição espera, por isso, apresentar o projeto AVH nas Escolas ao longo de 2024, em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães e com as escolas profissionais do concelho que ofereçam cursos relacionados com hotelaria, restauração e pastelaria. O objetivo é o de abrir horizontes para o crescimento de negócios desses setores em Guimarães.
“Queremos levar a realidade dos nossos associados aos alunos do 9.º ano de todas as escolas do concelho. Queremos levar-lhes a experiência da cozinha ou a genialidade da gestão de equipamentos hoteleiros. Pretendemos, com isto, cativar os jovens para um setor da economia local cada vez mais em crescimento”, disse, a propósito de um setor que arrecadou 147,67 milhões de euros em Guimarães no ano de 2022, após uma subida de 45,9% face a 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
Grato para com os fundadores da AVH e aqueles que o acompanham, José Diogo Silva defendeu ainda que as associações têm “um papel unificador na sociedade”, enquanto fonte de “sentido crítico” e de “proatividade da população”, tendo lembrado que Guimarães é “uma cidade rica no seu património associativo” e tem um “legado que deve ser respeitado”. “É delas a responsabilidade da resolução dos problemas diários das pessoas, sejam associações culturais, económicas, desportivas ou sociais. Cada associação deve ter o seu caminho, o seu rumo e o seu propósito”, considerou.
A direção presidida por José Diogo Silva é ainda composta por Diogo Leite Ribeiro e Fátima Araújo (vice-presidentes), Paulo César Gonçalves (secretário), Bernardino Jordão (tesoureiro), bem como Luís Pliteiro, Jorge Lopes, Paula Costeira e Pedro Teixeira (vogais). A mesa da assembleia geral tem Carlos Caneja Amorim como presidente, Alberto Martins como vice-presidente e Cristina Ribeiro como secretária, enquanto o conselho fiscal conta com Rui Rodrigues a presidente, Ricardo Pinto da Silva a vice-presidente e Tiago Oliveira a secretário.
Mucho Flow foi o melhor evento e Tio Júlio recebe Prémio de Louvor
A sessão de tomada de posse serviu também para a atribuição de prémios relativos a 2023: o festival Mucho Flow, que concentra músicos emergentes da cena alternativa em Portugal e no estrangeiro, sempre no início de novembro, foi considerado o melhor evento do ano, e o Tio Júlio, conhecido pelos pregos no Largo do Trovador, recebeu o prémio de Louvor. A associação entregou ainda três prémios de reconhecimento: a Tó Lobo, pela gestão do Café-Concerto Vila Flor, a Kevin Kruckenhauser, do bar Prost!, e a Ricardo Ribeiro, do café-restaurante Museu do Presunto.