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Têxteis reveem clientes (e conhecem novos) em feira com toque “sustentável”

Tiago Mendes Dias
Economia \ terça-feira, julho 19, 2022
© Direitos reservados
A Première Vision regressou no início de julho, com tecidos ecológicos como tendência, mas menos “movimento”. Ainda assim, regresso da feira de Paris serviu para robustecer rede de contactos.

Evento de proa na divulgação do que se faz na indústria têxtil, a Première Vision trocou, em 2022, setembro por julho e acolheu 78 expositores de Portugal, o quarto país mais representado, atrás da Itália, da Turquia e da França. Entre o contingente luso, estiveram em Paris 16 empresas de Guimarães, entre elas a Polopiqué.

Repartido por Moreira de Cónegos, Vilarinho (Santo Tirso) e Vizela, o grupo têxtil apresentou a coleção para 2023/24, ancorada em processos ecológicos: “tecidos e malhas reciclados”, “estruturas e acabamentos funcionais”, “malhas com fibras à base de biopolímeros”, “tecidos orgânicos com membranas ecológicas”, bem como “tecidos sustentáveis (produzidos com fio reciclado, tingidos e acabados com corantes e acabamento naturais)”, adianta ao Jornal de Guimarães o departamento de marketing do grupo com 860 trabalhadores e um volume de negócios que, em 2021, se aproximou dos 90 milhões de euros.

Um dos produtos exibidos pela Polopiqué foi uma mistura de algodão, liocel, viscose e poliamida, oriundo da fiação e ambicionado retrato de uma “aposta na sustentabilidade” que se quer “diferenciadora”, detalhou Paulo Loureiro, diretor comercial da empresa, ao jornal Portugal Têxtil.

O grupo considera, por isso, que o regresso à Première Vision foi “uma iniciativa de sucesso”, que lhe “permitiu reforçar a posição junto dos seus clientes”, mas também “o contacto com novos clientes e geografias”.

 

Nos bordados, uma “concentração muito grande” de clientes da Europa

Já a LR&T, empresa que opera no ramo dos bordados desde 1986, notou “menos movimento” face a edições anteriores da Première Vision, mas ainda assim traça um “balanço positivo” da ida a Paris, até pelo contacto com “potenciais clientes”; a maioria deles está na Europa, ao contrário de outros anos, mais diversos nas geografias de quem procurava a têxtil sediada em Gondar.

“Notou-se uma concentração muito grande na Europa. Ao contrário da anterior edição, de áreas não muito frequentes – clientes australianos e muitos norte-americanos -, notou-se desta vez uma concentração muito grande na Europa”, realça Luís Miguel Rodrigues.

Para o responsável da empresa com 95 trabalhadores, que concluiu 2021 com um volume de negócios a rondar os 2,5 milhões de euros, a “tendência de regresso da Europa” pode-se explicar pela conjuntura de custos em que hoje se movem as indústrias.

“Temos notado que existe um grande número de empresas e de visitantes que procura soluções em Portugal como alternativa aos mercados do Oriente, até pelos custos dos transportes e da disrupção dos mercados em geral desde a pandemia”, aponta.

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