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Série, publicações e arte pública nos 900 anos da Batalha de São Mamede

Redação
Sociedade \ segunda-feira, dezembro 09, 2024
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A quatro anos de distância, em Guimarães já se prepara o assinalar da fundação do país. "Obrigado Guimarães, por este gesto de serviço ao país", assinala José Pedro Aguiar-Branco.

A Sala da Duquesa do Paço dos Duques de Bragança foi palco, no passado sábado, da sessão de apresentação do programa de comemorações dos 900 Anos da Batalha de S. Mamede, um evento que contou com a presença do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, também presidente da Comissão de Honra das comemorações, que aceitou o convite endereçado por Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal, para encabeçar uma lista de personalidades nacionais que farão destas comemorações um evento de impacto nacional.

A iniciar o evento, Paulo Lopes Silva, vereador da Cultura, evidenciou o ato fundador de Portugal que representou a Batalha de S. Mamede, e fez saber que a composição da Comissão de Honra, que tem como presidente José Pedro Aguiar-Branco, será anunciada brevemente, apresentando, em seguida e em traços gerais, o trabalho que está a ser desenvolvido pelas comissões científica e artística. Destacou ainda uma ação que decorrerá nos agrupamentos escolares de Guimarães, “Primeiro Dia”, e uma produção cinematográfica que se materializará numa série histórica a ser produzida pelo “Bando à Parte”, de Rodrigo Areias.

Nas intervenções protocolares, Domingos Bragança frisou precisamente essa dimensão nacional, agradecendo a aceitação de José Pedro Aguiar-Branco para presidir à Comissão de Honra. “Sei que o faz com assumida honra e também com orgulho, quer vimaranense, quer português”, disse o edil. O presidente da Câmara agradeceu também ao presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, pelo alto patrocínio que a Presidência da República dá a todo o conjunto de publicações que serão efetuadas no âmbito das comemorações, e à ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, pelo apoio manifestado, que contribuirá “para o melhor conseguimento”.

Domingos Bragança estendeu também os agradecimentos a todos os que aceitaram fazer parte das comissões e que se empenham para que as comemorações sejam abrangentes, para todo o país e noroeste peninsular, geografias que estiveram na génese da fundação de Portugal. “Queremos integrar todos, motivo pelo qual temos também aqui o senhor presidente da CCDR-N, porque sabemos que só envolvendo, a partir de Guimarães, o norte de Portugal e todo o país, é que teremos umas comemorações que celebram Portugal”, referiu. O tempo dedicado à ação e à programação foi também valorizado no discurso do presidente da Câmara, no que considerou uma escolha que permite foco e o envolvimento de todos, em especial da comunidade. “Sem as pessoas envolvidas, por melhor programa que tenhamos, não conseguiremos os nossos objetivos. Terá que ser um movimento coletivo, como o que aconteceu em 24 de Junho de 1128, com a força da convicção”, frisou.

José Mattoso, insigne historiador português recentemente falecido, e que figura na comissão científica como presidente honorário, foi o nome que Domingos Bragança escolheu para um conjunto de citações, a partir da sua obra “D. Afonso Henriques”, que, na sua opinião, emprestam estímulo, entusiasmo e empenhamento para que a ação agora encetada se transforme numa “história feita futuro”.

António M. Cunha, presidente da CCDR-N, na sua intervenção, referiu que as palavras de José Mattoso ligam cada um dos portugueses, indissociavelmente, à Batalha de S. Mamede. “É com enorme honra que me associo a estas comemorações e agradeço a todos aqueles que a elas emprestam o seu patrocínio”, disse. Após uma pequena resenha histórica do que foram os primórdios da constituição de Portugal, António Cunha disse que “comemorar a batalha é comemorar a força de uma vontade”, força essa que espera poder inspirar os projetos que serão decisivos, no futuro, para o nosso país. “Guimarães é um local muito interessante para pensar o futuro”, frisou.

José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, afirmou ser “um privilegiado” por poder, em comemorações tão importantes para a identidade de Portugal, exercer as funções de presidente da Comissão de Honra, garantindo que fará tudo o que puder para que as comemorações dos 900 Anos da Batalha de S. Mamede possam ter a maior projeção nacional possível, “que se justifica”. “Muitas vezes em Portugal não preparamos as coisas com tempo e nem sempre damos à nossa História o destaque que ela merece. Vejo que aqui em Guimarães os hábitos são diferentes e bons”, disse. O presidente da Assembleia da República destacou o facto de serem sete os anos que serão devotados às comemorações do nascimento de Portugal, agradecendo à cidade: “obrigado Guimarães, por este gesto de serviço ao país”.

Anteriormente, Helena Pires, professora Associada no Departamento de Ciências da Comunicação da UMinho e membro do Centro de Investigação em Comunicação e Sociedade (CECS), em representação da Comissão Artística, deu a conhecer um conjunto de ações, com destaque para a Arte Pública que comemorará Vimara Peres, Mumadona Dias, D. Afonso Henriques, D. Teresa e a Batalha de S. Mamede.

Luís Amaral e Mário Barroca, professores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e presidentes da Comissão Científica, apresentaram um conjunto de edições que vão ser lançadas no âmbito das comemorações, algumas já este ano, e um conjunto de conferências, e destacaram o caráter multidisciplinar e abrangente do plano que tem vindo a ser trabalhado durante o último ano e meio, sublinhando as linhas maiores subjacentes a toda a programação, numa reflexão que se pretende alargada, com relevância particular para a Batalha de S. Mamede e D. Afonso Henriques.

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