"Sentença de morte ao comércio": ACTG não quer centro fechado aos carros
A Associação de Comércio Tradicional de Guimarães (ACTG) diz que a decisão do município de tirar os carros do centro da cidade em 2023 é "uma verdadeira sentença de morte ao comércio tradicional".
A decisão "unilateral", diz a ACTG, de vedar o acesso de automóveis ao centro histórico e as vias que atravessam a Rua Santo António, o Largo do Toural, e a Alameda de São Dâmaso contraria "informações e declarações prestadas em sede de reuniões" com a associação presidida por Cristina Faria, lê-se no comunicado emitido esta terça-feira. Na missiva, esta organização mostra-se preocupada com o estacionamento.
"Uma das questões centrais que deve ser garantida é o estacionamento disponível, e não se pode considerar que o parque de estacionamento de Camões, com 439 lugares ( onde uma grande parte deles está "entregue" a moradores ) será a resposta necessária, bastando analisar o seu nível de ocupação nos dias de hoje", escreve a instituição que junta 200 associados.
O comunicado dá ainda conta de um "inquérito" realizado "porta a porta" no centro histórico em que "99%" dos comerciantes eram contra a proibição de trânsito automóvel. "A referida decisão vem sido promovida, exibida, com argumentação populista, vaga e sem qualquer factualidade", argumenta a ACTG.
Na última reunião de câmara, Domingos Bragança reforçou que "todas as cidades" que avançaram para a pedonalização dos seus centros saíram a ganhar. Argumento que não colhe junto da ACTG. "Seria importante que tal informação fosse apresentada com dados estatísticos, com resultados, com testemunhos, e certamente se concluiria , como se conclui depois de consultadas outras associações de comerciantes de municípios onde esta medida foi tomada sem a necessária preparação, que o comércio tradicional morreu".
"A ACTG é expressamente contra o fecho do Centro Histórico de Guimarães ao trânsito, sem que sejam encontradas e asseguradas as necessárias mudanças, que permitam ao comércio tradicional sobreviver e continuar a dar vida e cor a uma cidade cujo executivo
gosta de ver cinzenta", conclui a nota.