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Saviolo foi espalha-brasas em tarde fria. Vitória segue em frente na Taça

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, novembro 22, 2025
© Direitos reservados
O extremo belga agitou o jogo ofensivo vitoriano e catapultou a equipa para uma goleada sobre o Mortágua, na quarta eliminatória da Taça de Portugal. Luís Pinto salienta “dever cumprido”.

O Vitória SC está nos oitavos de final da Taça de Portugal, igualando pelo menos o desempenho da época passada; os comandados de Luís Pinto garantiram o acesso a essa fase com uma goleada caseira de 4-0 perante o Mortágua, da Série C do Campeonato de Portugal, num desafio em que Noah Saviolo, saído do banco de suplentes aos 58 minutos, foi crucial para elevar o nível exibicional do Vitória e para realizar as assistências para os golos que tranquilizaram as hostes vitorianas, numa tarde fria num D. Afonso Henriques despido – 6.106 espetadores.

Em duas progressões imparáveis pela esquerda até à linha, o extremo belga assistiu Nélson Oliveira para o segundo golo vitoriano, aos 63 minutos, num remate de primeira, e Telmo Arcanjo, para o 3-0, num cabeceamento ao segundo poste, aos 78, que materializaram a plena supremacia vitoriana nessa fase do jogo. O encosto de Lebedenko a passe de Samu, aos 85 minutos, deu contornos mais volumosos ao triunfo vimaranense.

A segunda parte, onde o Vitória tapou todos os caminhos para a sua baliza até ao 3-0, contrastou com uma primeira onde o Vitória teve breves desorientações e permitiu aos beirões ensaiarem o contra-ataque. O golo de Fabio Blanco, à passagem do minuto 34, numa finalização de bom recorte técnico, após a desmarcação milimétrica saída do pé esquerdo de João Mendes, deu alguma cor a uma primeira parte pálida do Vitória SC.

É certo que as únicas ocasiões até ao intervalo pertenceram à equipa de Guimarães – Nélson Oliveira, isolado, cabeceou à figura de Alexandre Verdade, aos oito minutos, Miguel Nogueira viu o guardião do Mortágua negar-lhe o golo, aos 12, e Oumar Camará acertou no poste, aos 19, antes do golo surgir -, mas o ritmo dos comandados de Luís Pinto foi quase sempre baixo.

Além das dificuldades em impor um andamento que fatigasse a equipa vestida de azul e amarelo, apoiada por cerca de 600 adeptos que viajaram 175 quilómetros a partir do centro do país, o Vitória SC perdeu muitos lances de ataque por displicências no posicionamento ou na decisão – Fabio Blanco, apesar do golo, perdeu imensas bolas em preciosismos individuais quando dispunha de linhas de passe, Nélson Oliveira teve dificuldades em segurar bolas e em combinar com colegas e ala direita, formada por Tony Strata e Miguel Nogueira, pouco se viu.

A manobra ofensiva vitoriana dependeu, quase em exclusivo, da ala esquerda, face ao dinamismo de Oumar Camará, a criar superioridades numéricas em articulação com Blanco e João Mendes, mas a equipa de Luís Pinto revelou outro problema: a transição defensiva assim que perdia a bola na frente. Não raras vezes, o Mortágua iniciou contra-ataques em superioridade numérica, faltando-lhe depois competência para transformar lances promissores em perigo iminente para a baliza de Charles.

O Vitória regressou para a segunda parte sem alterações no onze, mas uma coisa mudou: as transições rápidas do Mortágua deixaram de existir. A articulação entre a linha defensiva e a linha média melhorou, o que possibilitou recuperações de bola em terrenos mais adiantados. A formação trajada de branco praticamente remeteu o Mortágua para o seu meio-campo entre os 46 e os 65 minutos e esteve perto de dilatar a contagem num remate por cima de Miguel Nogueira, aos 53, e num cabeceamento de Óscar Rivas, aos 59, antes de Nélson Oliveira fazer valer essas ameaças.

Noah Saviolo esteve na origem desse golo e do de Telmo Arcanjo, desperdiçando pelo meio uma oportunidade isolado; diga-se que Alexandre Verdade, guarda-redes com uma mão cheia de defesas, teve mérito na intervenção. Numa altura em que o Mortágua tentava o golo de honra, Lebedenko fechou a conta, quatro minutos depois de entrar em campo, em simultâneo com Thiago Balieiro, em estreia absoluta pela equipa principal.

 

Luís Pinto: “Há qualidade para jogarmos um futebol mais vistoso e atrativo”

Após o desafio, o treinador do Vitória realçou “o sentimento de dever cumprido” numa “vitória sem espinhas” sobre o Mortágua, adversário que, na primeira parte, “muito bem organizado, muito compacto e saiu com relativo perigo algumas vezes”. “Quando perdíamos a bola, estávamos algo distantes. Depois foi o desenrolar mais natural. Sabemos que a Taça nem sempre é assim. Não podemos desvalorizar o que fizemos. Temos de acreditar que é este o rumo”, detalhou, em conferência de imprensa.

Agradado com a forma como os adeptos do Vitória SC “ovacionaram a equipa do Mortágua” depois do apito final de João Gonçalves, Luís Pinto comentou ainda a exibição de Noah Saviolo nos 32 minutos em que esteve em campo. O belga, sublinhou, é um “daqueles jogadores em que a estrutura acredita muito”, tal como outro. O técnico vincou, aliás, que um dos passos a dar pelos seus jogadores é acreditarem que podem fazer a diferença no Vitória.

“Os jogadores do Vitória são-no por mérito e não porque houve uma revolução no plantel. Acredito que tenham qualidade para jogarmos um futebol mais vistoso e atrativo. Conseguindo dar esse passo dentro do balneário, poderemos ser uma equipa muito mais capaz e sólida na forma de estar dentro de campo”, atirou.

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