Ricardo Costa corre por um PS “aberto”, “onde todos possam participar”
Ao dirigir-se às dezenas de militantes socialistas que o foram ver e ouvir no Largo de Donães, Ricardo Costa vincou que a “função do PS de Guimarães” deve ser a de “credibilizar a política” e a de “atrair os melhores”, desafiando-os “para um futuro importante”.
Candidato pela lista A às eleições da comissão política concelhia, marcadas para sábado, o ex-vereador lembrou uma campanha onde os militantes “falaram sobre os seus anseios, sem medos, nem receios, para um território que se quer mais próximo e mais digno”, marca que deseja ver projetada no futuro da estrutura socialista.
“O PS tem de discutir ideias, de ser aberto, onde todos possam participar e dar o seu contributo, e não um de gestão administrativa, que de vez em quando se reúne. O PS é um partido onde todos têm de se rever. Os desafios do presente e do futuro são enormes. Só os territórios melhor preparados serão capazes de vencer o futuro”, proferiu, na sessão de encerramento da campanha.
Ricardo Costa enalteceu a obra deixada por António Magalhães, seu apoiante na corrida à concelhia, pelo trabalho que teve como corolários a elevação do centro histórico a Património Mundial da UNESCO e a Capital Europeia da Cultura, e também a aposta na Capital Verde Europeia por Domingos Bragança, mandatário da lista B, encabeçada pela atual vereadora, Sofia Ferreira.
Mas vincou que o partido e que Guimarães devem “pensar muito mais alto”, tendo, como ponto de partida, a moção “Reforçar a confiança”. “Temos de perceber que tipo de empresas queremos e estaremos preparados para receber no futuro. Temos de perceber como implantar a tripla hélice: conhecimento, governação e tecido empresarial”, disse, ilustrando um dos princípios da sua moção.
A “Economia, Digitalização e Inovação” é um dos seis eixos que constam da moção a sufrágio, a par da “Igualdade Humana e Natureza”, da “Educação, Cultura, Desporto e Conhecimento”, de “Urbanismo, Habitação, Mobilidade e Sustentabilidade Ambiental”, “Proteção Social e Combate à Pobreza” e da “Descentralização de Poderes e Mapa das Freguesias”.
Quanto a esse último pilar, Ricardo Costa frisou que “a policentralidade de Guimarães tem de ser desenvolvida”, aprofundando as formas “como São Torcato se relaciona com Gonça ou Selho São Lourenço e Gominhães, ou como as Taipas se relacionam com Sande São Martinho ou Sande São Lourenço e Balazar”. O candidato à liderança do PS Guimarães lembrou ainda que “há 15 presidentes da Junta que se vão embora”, por limitação de mandatos.
A circunstância obriga a preparar a substituição desde 09 de outubro e não a três ou quatro meses das eleições. Numa noite ainda marcada por discursos de Francisco Teixeira, Raul Rocha, Conceição Castro e Gabriela Nunes, Zara Pontes apresentou a moção “Somos o que fazemos: atitude”, com a qual se candidata à liderança da Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos.
Para a militante que trabalha no setor social, tem sido feito “muito pouco” para que se note a presença das Mulheres Socialistas, até agora lideradas por Sofia Ferreira. O caso mais gritante foi, a seu ver, o da pandemia. “Onde esteve durante este tempo esta estrutura? Onde encontraram apoio estas mulheres que ficaram sujeitas à realidade de se verem confinadas por doença ou privadas dos seus empregos?”.
A candidata prometeu um trabalho de valorização dos trabalhadores sociais e um esforço mitigar os estereótipos que impedem as mulheres de assumirem certas profissões e os homens outras. A inteligência artificial, a seu ver, pode contribuir para isso. “Com as novas tecnologias, vamos ter de ser mais colaborativos no trabalho social, na saúde, na gestão das cidades. Isso pode reduzir as desigualdades. Queremos fazer de forma inclusiva, respeitada, sempre tendo por base a igualdade de direitos”, prometeu.
Ricardo Costa é “alternativa” a “equipa medíocre” – António Magalhães
Antes, na primeira intervenção da noite, o antigo presidente da Câmara, António Magalhães, vincou que Ricardo Costa já deu provas de não ser “apenas um bom autarca e um bom interveniente”, mas “um líder que pode congregar aqueles à sua volta para um projeto que não envergonhe Guimarães”.
Para o homem que presidiu ao município durante 24 anos (1989-2013), o ex-vereador é um político que “vai à luta”, que “domina várias áreas daquilo que é uma Câmara Municipal”, que é “capaz de ir mais longe em relação ao que, por norma, se faz nas autarquias”, em contraponto com a equipa que vê associada à lista B, de Sofia Ferreira, apoiada pelo executivo municipal de que faz parte.
“Queria também deixar a nota de que estas eleições não servem apenas para a concelhia de Guimarães. a estratégia esta montada para, por esta via, levar à Câmara uma equipa medíocre, bajuladora, sem grande dimensão político-partidária, que não dá mais porque não é capaz. Temos uma alternativa, a equipa do Ricardo Costa”, defendeu.
António Magalhães lamentou mesmo os alegados “jogos de bastidores” que estão a “desmontar o trabalho que se fez durante muitos anos” em Guimarães, “respeitado a nível nacional”. “Quando vejo algumas coisas abjetas, feitas por aqueles que trabalharam connosco, arrepiam-se-me os cabelos, mas sei que a juventude está aí para o que Guimarães merece”. “Estou convicto de que a liderança do Ricardo Costa vai meter o carrinho nos eixos”, vaticinou.