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Mês da economia é positivo, mas tardio. E Ricardo Araújo lembra acessos

Tiago Mendes Dias
Política \ quinta-feira, outubro 12, 2023
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Vereador do PSD crê que a ideia de “fábrica do futuro”, veiculada em várias iniciativas da Câmara, que elogia, não é compatível com acessos a parques industriais como o de São Torcato.

Na primeira intervenção da oposição antes da ordem de trabalhos discutida na reunião da Câmara Municipal, Ricardo Araújo constatou que foi preciso chegar a meados do terceiro e último mandato de Domingos Bragança como presidente para a autarquia realizar uma iniciativa como “Economia - Inovação & Fábrica do Futuro”, colocando o desenvolvimento económico entre as suas prioridades.

“Só no terceiro ano do seu último mandato estamos a organizar uma iniciativa como esta. É importante discutirmos com os empresários, universidades, centros de conhecimento. Só tenho de elogiar esta iniciativa, mas não posso deixar de criticar o facto de ser tão tarde”, frisou o vereador da coligação Juntos por Guimarães, durante a reunião de Câmara descentralizada, realizada na empresa Pinto Brasil, em Guardizela.

O também presidente da Comissão Política Concelhia de Guimarães do PSD lembrou que os sociais-democratas têm “reivindicado uma maior atenção do município à área das empresas e do desenvolvimento económico”, algo a que PS não “deu a atenção exigida” até agora. Defensor de que o pelouro do desenvolvimento económico deveria estar sempre a cargo do presidente da Câmara, Ricardo Araújo considerou ainda que a iniciativa em curso comprova “a avaliação francamente negativa” de quem desempenhou essas funções nos dois mandatos anteriores; no caso, o agora presidente da Comissão Política Concelhia do PS, Ricardo Costa.

Para o vereador, a ideia de fábrica do futuro deve procurar a diversificação do tecido económico vimaranense para além do têxtil e do calçado, sem desvalorizar esses setores tradicionais, e multiplicar exemplos como a da instituição Fibrenamics, que fixa investigadores em Guimarães. “Os jovens que estudam cá devem ter a hipótese de ficar cá, sem aquele bairrismo exacerbado de que todos tenham de ficar cá. Obviamente podem optar por outro lugar no mundo, mas é preciso que haja condições para cá ficarem”, disse.

Preocupado com o que diz ser a crónica “incapacidade de atrair investimento de empresas estrangeiras para Guimarães”, Ricardo Araújo vincou também que “a fábrica do futuro” é incompatível com alguns dos acessos a parques industriais. “Os acessos do parque de São Torcato não são condignos com o presente, quanto mais com o futuro”, referiu.

 

“Criar condições de contexto para empresas ligadas ao saber”

Na resposta, o presidente da Câmara, Domingos Bragança, disse concordar com Ricardo Araújo quanto à necessidade de “diversificar setorialmente” Guimarães sem se abdicar dos setores tradicionais. O autarca vinca ainda que a ideia de “fábrica do futuro” é, sobretudo, a de antecipar, a de “não se trabalhar para o imediato”, “nem para o ano seguinte”, mas para “daqui a oito a 10 anos”. E a de “criar condições de contexto para as empresas estarem ligadas ao saber”.

“Temos de estar atentos às áreas de buzz tecnológico e às áreas em que somos bons, na produção de dispositivos médicos, nas vacinas, na investigação que se faz contra o cancro, na Fibrenamics, com fibra em carbono que substitui o aço, sendo revolucionária na construção civil, aproveitar pelo talento a ser formado, pelos alunos das nossas escolas”, assinalou.

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