
Reunião de Câmara: oposição aponta para falta de apoio às empresas
A falta de eficácia do atual Plano Diretor Municipal de Guimarães (PDM) no apoio dado às empresas foi tema de debate na reunião de Câmara realizada esta segunda-feira.
Para o vereador da coligação Juntos por Guimarães, Bruno Fernandes, o atual governo está centrado noutras áreas, esquecendo-se do desenvolvimento económico, nomeadamente da fixação e expansão das empresas no concelho.
“Não há um trimestre em que nenhuma empresa sinta dificuldade em expandir (...) Esta questão é importante para o desenvolvimento económico da cidade de Guimarães e para o seu comércio local. O setor empresarial potencia emprego, salários competitivos e a fixação dos jovens”, referiu o vereador.
A oposição utilizou como exemplo o caso do Grupo VAPO. A entidade que atua em áreas como imobiliário, energia, indústria, saúde e bem-estar e que apresentou uma faturação de 250 milhões de euros no ano passado, revelou, em declarações prestadas recentemente, ter vontade de manter a sede e expandir atividade em Guimarães, mas que a falta de apoio e de motivação por parte do Município, nomeadamente na procura de terreno, tem sido um entrave.
Em resposta, Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, sublinhou que o governo tem apostado num processo de crescimento a médio prazo e que tem transformado as condições competitivas e qualitativas do setor económico do concelho.
Domingos Bragança relembrou o desenvolvimento tecnológico conquistado no setor têxtil, uma das principais indústrias do concelho, afirmando que a produção têxtil resistiu e inovou, através da aposta na ciência, na tecnologia e no design.
“Criou-se uma ligação próxima entre empresários e universidades, com o objetivo de ligar a investigação e o conhecimento académico às empresas, de forma a potenciar o crescimento e a produtividade”, referiu Domingos Bragança.
Em declarações prestadas após a reunião de Câmara, em representação do presidente, Paulo Silva, vereador da cultura, esclareceu que a estratégia económica do governo não tem como objetivo principal a captação exclusiva de investimentos em Guimarães, mas a criação de medidas para o desenvolvimento e capacitação das empresas que já se encontram no concelho, nomeadamente as pequenas e médias empresas (PME) com forte exportação e criação de valor na cidade.
“Queremos a capacitação daqueles que já se encontram no concelho e queremos criar fatores de contexto que façam com que outras entidades queiram investir em Guimarães. Tudo isto, através da aposta que tem sido feita na produção de conhecimento, ciência e educação. Ao qualificar os recursos humanos acrescenta-se valor ao produto económico desenvolvido no concelho”.
O vereador detalhou ainda que essa aposta no desenvolvimento social e económico tem sido feita através dos investimentos públicos em instalações para instituições do ensino superior e desenvolvimento de centros de investigação no concelho, como é o caso da escola-hotel, do Teatro Jordão e Garagem Avenida e da escola de Engenharia Aeroespacial, naquela que era a antiga fábrica de Arquinho.
Quanto à fragilidade do PDM aprovado em 2014, apontada pela oposição durante a reunião, relativamente à aposta feita em parques empresariais, o presidente Domingos Bragança admitiu que o plano poderia ter ido mais longe.
“Mas é importante lembrar que o PDM prestes a ser implementado prevê o aumento exponencial das áreas de instalação económica e capacidade construtiva, libertanto um maior número de terrenos para construção e instalação económica, incluindo o eco-parque”, acrescentou Paulo Silva em declarações prestadas após o debate.
Quanto ao novo PDM, o vereador sublinhou ainda que o novo mecanismo dos Contratos de Planeamento permitirá alterações pontuais no PDM mesmo depois da sua aprovação, sempre que seja de interesse público e privado para o desenvolvimento de novas áreas de acolhimento, tanto para habitação como para a indústria.