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Presidente da CCDR-N menciona o espaço como aposta do Norte e Galiza

Tiago Mendes Dias
Ciência & Tecnologia \ segunda-feira, outubro 18, 2021
© Direitos reservados
António Cunha sugeriu que a investigação espacial pode ser uma das apostas da eurorregião na criação de saber. Criação de polo de engenharia aeroespacial está previsto para Guimarães.

A aplicação dos fundos europeus ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está em discussão ao longo da tarde, numa sessão organizada pela Confederação Empresarial da Região do Minho (Confminho), em Braga, e o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, vincou que a eurorregião Galiza-Norte de Portugal deve ser alvo de um “mecanismo de exceção” aos olhos dos Governos de Portugal e de Espanha, face ao “metabolismo social e económico” que se vê através da fronteira.

O antigo reitor da Universidade do Minho vincou que a Galiza e o Norte, regiões que totalizam seis milhões de habitantes, devem acolher “o projeto ibérico de referência da mobilidade elétrica e do automóvel autónomo”, para colocar na agenda o “automóvel do futuro”, mas também podem enveredar por outras áreas do conhecimento, nomeadamente o espaço.

“Há um futuro onde se abrem novos caminhos que também queremos partilhar, como, por exemplo o Espaço, em todo o seu potencial de novo conhecimento e de oportunidades económicas. A Galiza criou o polo aeroespacial de Rozas [província de Lugo]. No Norte, operam várias empresas neste domínio e são conhecidas as apostas de universidades da eurorregião na criação de saber e recursos humanos para o setor”, adiantou.

Esta orientação enquadra-se na vontade já expressa pela Câmara Municipal de Guimarães e pela Escola de Engenharia da Universidade do Minho, através do seu presidente Pedro Arezes, em instalarem o polo de engenharia aeroespacial na Caldeiroa. O edifício projetado para a nova valência é a antiga fábrica têxtil do Arquinho, adquirida pelo município ao abrigo do contrato para a urbanização dos terrenos em redor, já em curso.

Apesar de corresponder a apenas 8% do perímetro raiano total entre Portugal e Espanha, o troço fronteiriço do rio Minho concentra 50% da circulação total de pessoas entre os dois países, pelo que António Cunha considerou um “imperativo económico, social, político e ético” o reconhecimento da eurorregião pelos dois Governos nacionais.

O responsável disse aliás que Norte de Portugal e Galiza partilham uma “geografia de oportunidades”, quer pela “notável frente oceânica” e pela “reserva ambiental do parque Gerês-Xurés”, quer pelos Caminhos de Santiago, que ligam nove patrimónios da UNESCO – o centro histórico de Guimarães é um deles -, quer pelas “indústrias pujantes de dimensão global, do automóvel ao têxtil”.

No fim do painel em que interveio António Cunha, a Confminho e a Confederação de Empresários da Galiza assinaram um protocolo de cooperação. A Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG) foi uma das associações empresariais fundadoras da Confminho, mas, face à insolvência, Guimarães, o segundo concelho com mais população no Minho, ficou sem representação.

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