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Vedação para estadia do Benfica limita espaço público: “Manifesto exagero”

Tiago Mendes Dias
Sociedade \ sábado, agosto 26, 2023
© Direitos reservados
As vedações colocadas pela PSP na sexta-feira estendem-se desde o entroncamento para a pousada, afetando as rotinas de moradores, lamentam o presidente da Junta e o vice-presidente da JUNI.

O usufruto do espaço público na rua das Tumbas e no Largo Domingos Leite de Castro, contíguos à Pousada Mosteiro de Guimarães, na Costa, está condicionado desde sexta-feira de manhã.

A PSP vedou essa área a propósito da estadia do Benfica naquela unidade hotelaria – a principal equipa de futebol dos lisboetas visita o Gil Vicente este sábado, em partida da terceira jornada da Liga Portugal Betclic, marcada para as 20h30 -, mas a Junta de Freguesia da Costa crê que a área vedada é exagerada, superando claramente o que se verificou em estadias de chefes de Estado naquele local, nomeadamente o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, ou o rei de Espanha, Filipe VI.

“É normal recebermos esta e outras equipas na Pousada do Mosteiro de Guimarães, e muito bem. Desta vez, houve um manifesto exagero na vedação do espaço público. Compreendemos as necessidades de segurança, mas, por norma, vedavam o espaço em cima, junto à pousada. Desta vez, vedaram o estacionamento a partir dos jardins, mais abaixo”, disse ao Jornal de Guimarães o presidente, Vítor Matos. “Foi uma coisa que nunca se viu com nem com o senhor Presidente da República, nem com o senhor Primeiro-Ministro, nem com o Rei de Espanha”, acrescenta.

A operação da PSP para vedar o espaço começou na manhã de sexta-feira, com pedidos aos moradores para removerem os veículos dos lugares onde habitualmente estacionam. “A situação começou ontem às 07h30. Bateram à porta de alguns moradores para removerem os seus veículos. Os moradores são chamados para removerem as viaturas numa zona que dista mais de 100 metros do espaço. Isto incomoda as pessoas”, prossegue.

A autarquia manifestou, aliás, o “seu repúdio pela forma como foi vedado pelas autoridades policiais o estacionamento na zona do Mosteiro de Santa Marinha da Costa, feito de forma manifestamente desproporcional para a circulação de um autocarro de um clube de futebol”, num comunicado emitido neste sábado à tarde. “Toda a gente é bem-vinda, mas há aqui uma desproporção de meios e um exagero que não faz sentido”, realça Vítor Matos, lembrando que a situação poderia ser ainda mais tensa, caso o centro de dia naquele local estivesse aberto, por albergar utentes com mobilidade reduzida.

O vice-presidente da JUNI, clube desportivo que tutela o rinque desportivo e as piscinas nas redondezas, também avisa que a situação poderia ser ainda mais grave se o calor estivesse ao nível de segunda ou de terça-feira, convidando mais pessoas a rumarem às piscinas. Jerónimo Oliveira lembra que se adivinhava uma situação parecida na última vez em que o Benfica esteve naquela pousada, antes de o comissário da PSP de Guimarães passar pelo local e mandar retirar as fitas “colocadas abusivamente”.

O dirigente alega não entender tais medidas da PSP, ainda para mais quando aquele espaço já recebeu chefes de Estado ou a seleção nacional e quando não há qualquer edital da Câmara Municipal de Guimarães a restringir a circulação ou o estacionamento no local. “Não entendo estas medidas. Que condicionassem um dos lados, ainda percebo, porque o autocarro do Benfica é muito grande”, disse, afirmando que a necessidade de tamanha área vedada só se tem verificado aquando das estadias do clube de Lisboa.

O Jornal de Guimarães tentou contactar o Comando Distrital da PSP por via telefónica, mas sem obter qualquer resposta até agora.

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