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Pergunta ao Tempo: Relógio de Bolso é o espelho da oitava edição

Redação
Cultura \ quinta-feira, junho 13, 2024
© Direitos reservados
Meio milhar de intervenientes alargaram o âmbito deste projeto, envolvendo agora a comunidade de forma interjecional. Resultado pode ser visto até outubro na Casa da Memória.

Está patente a partir desta quarta-feira na Casa da Memória de Guimarães a exposição Relógio de Bolso, no âmbito da oitava edição do projeto Pergunta ao Tempo. Este ano são cerca de 500 os intervenientes neste projeto desenvolvido anualmente pela equipa de Mediação Cultural d’A Oficina no âmbito da programação da Casa da Memória de Guimarães

Este meio milhar de intervenientes resulta de uma “revolução na sua estrutura”, dá conta A Oficina, “ganhando mais alcance territorial e social” com uma abrangência “intergeracional de comunidade, através de uma troca de correspondência criativa entre as crianças das catorze escolas participantes e idosos de catorze instituições de vários pontos do concelho de Guimarães”.

A grande novidade desta edição do "Pergunta ao Tempo" é o envolvimento da comunidade local de forma mais direta e participativa, já que, a par das catorze turmas do 4º ano de cada agrupamento escolar de Guimarães que costumam, a cada ano, participar no projeto, foram também convidadas catorze instituições e grupos informais de idosos da área geográfica de cada uma destas escolas. Ao longo do projeto, concretizado durante o ano letivo que agora se aproxima do fim, trocaram cartas e conversaram sobre como era a vida no passado, criando um autêntico retrato social de como se vivia em Guimarães nas primeiras décadas do século XX, num cruzamento que gerou as histórias que inspiraram a criação artística que estamos prestes a conhecer.

Sob o mote “Relógio de Bolso”, as crianças usaram as palavras, os desenhos e colagens para escrever a alguém que não conheciam mas que sabem o nome e um pouco da sua história de vida. Imaginaram como seria essa pessoa quando era criança e colocaram no papel toda a vontade que sentiam de a conhecer melhor. A comunidade sénior acolheu as cartas e revisitou o seu passado, respondendo e envolvendo-se nesta comunicação geracional experiencial, valorizando o conhecimento empírico e o saber inscrito no corpo pela prática. Desta forma, “Perguntar ao Tempo” é também estimular diálogos de saberes e ir em busca do património imaterial junto dos guardiões das estórias, dos rituais e dos costumes deste território.

Esta nova exposição consiste numa ação artística coletiva que resulta do envolvimento e participação de quase 500 pessoas, entre crianças, idosos, professores, técnicos, interlocutores das instituições, ganhando assim corpo em formato de exposição, em diálogo com a Casa da Memória, composta por cadernos, registos fotográficos e uma instalação com centenas de esculturas de barro suspensas no espaço e na memória.

Desta forma, em coautoria, as crianças e os idosos desenvolveram os objetos artísticos que vamos poder ver nesta exposição apresentada em primeira mão em vários momentos inaugurativos a decorrer nos dias 13, 14, 17, 18 de junho, sempre às 10h30 e às 14h30. A exposição pode ser vista até outubro. 

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