Os postais não estão fora de moda, muito menos estes
Era uma vez um conjunto de imagens, expressões, tradições e História que, com criatividade, refletiam sentimentos, cultura e acontecimentos comuns à vida quotidiana de um vimaranense. As Macãzinhas são um dos episódios retratados por Catarina Peixoto, jovem ilustradora que condensou várias das entidades de Guimarães em 20 postais. Os restantes poderá ver um dia, quem sabe, numa loja do centro histórico.
Ainda há quem goste de marcar as suas viagens com um bom postal, para enviar a alguém ou ficar com ele. Escolher o postal certo tem que se lhe diga e perdem-se vários minutos, por vezes, a escolher o que melhor ilustra o local que visitamos e que queremos, mais tarde, recordar. Desengane-se quem acredita que isto só atrai os boomers. Catarina Peixoto pertence à Geração Z e é apaixonada por postais ilustrados.
Com licenciatura em Design Gráfico e mestrado em Ilustração, viveu durante dois anos em Bristol, cidade do sudoeste de Inglaterra, e conta que lá, mais do que em Portugal, os postais são uma visão permanente no seio da comunidade, havendo até lojas específicas para a sua venda. Foi assim que se inspirou.
"Lá apostam muito na arte e há montes de lojas só com postais. Quando vou de viagem, compro sempre postais. Gosto de ter diferentes e bonitos. Mas quando chego a Guimarães, não há nada. O que tenho ali comprei cá e até é relacionado com fado. É nacional, mas não é de Guimarães. Então senti esta necessidade de criar, porque é algo que não há", reflete a jovem vimaranense.
Ou não havia, até Catarina meter mãos à obra e aos livros. A vimaranense oferece, de uma forma inovadora e estudada, o retrato de uma cidade envolta em significados. "Eu tento perceber como abordar a nossa cultura de várias formas e, para isso, procuro saber a origem e significado das coisas, seja sobre a Bandeira ou as Nicolinas. Quem olha pode pensar que são só bonecos, mas há muito trabalho de pesquisa por detrás", firma.