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Oposição pede mais frequência e abrangência após dois anos de Guimabus

Tiago Mendes Dias
Política \ sábado, dezembro 30, 2023
© Direitos reservados
Ricardo Araújo defende gratuitidade de transportes até aos 30 anos e acima dos 65, vincando que é “custo que vale a pena”. Câmara admite experiências-piloto gratuitas, mas atenta à questão jurídica.

Quase dois anos depois da entrada em vigor da concessão dos transportes públicos no município de Guimarães à Guimabus, a coligação Juntos por Guimarães (JpG) pediu uma reavaliação do serviço, com o intuito de aumentar o número de quilómetros previsto na concessão, a frequência de autocarros e a área de abrangência, já que há recantos do concelho aos quais os autocarros verdes não chegam. “Se queremos que o transporte público seja o meio privilegiado pela população para as suas deslocações, temos que oferecer às pessoas um serviço apelativo em preço, frequência e fiabilidade”, disse o vereador Ricardo Araújo, na reunião de Câmara de quinta-feira.

Quanto ao preço, o presidente da Comissão Política Concelhia do PSD voltou a defender a gratuitidade dos transportes públicos para os jovens até aos 30 anos de idade e para toda a população senior com mais de 65 anos de idade, proposta previamente apresentada e rejeitada em reunião do executivo municipal.

“Esta é uma medida que, do ponto de vista do PSD, ajudaria a promover a utilização dos transportes públicos em dois importantes segmentos da população, que são já aqueles que mais utilizam este meio de transporte e que merecem este apoio social e económico, sobretudo em face da diminuição do rendimento disponível das famílias a que temos vindo a assistir nos últimos dois anos”, acrescentou.

A medida iria acarretar subida de custos, mas são custos que, a seu ver, “valem a pena”, até pelo “impacto social, económico e ambiental” que iriam gerar, com o contributo para o esforço de descarbonização do concelho. O social-democrata considera ainda necessária “a simplificação dos apoios que existem à redução tarifária, porque existe uma multiplicidade de apoios à redução das tarifas que acabam por dificultar a comunicação e o seu entendimento por parte das pessoas”.

“Este mecanismo de descontos tem que ser muito claro para os beneficiários, por forma a que as pessoas entendam bem aquilo a que têm direito e possam usufruir dessas reduções, contribuindo para uma efetiva adesão à utilização dos transportes públicos”, sublinhou.

 

Bragança admite “experiências de gratuitidade” nas “horas de vazio”

Convencido de que os transportes públicos em Guimarães melhoraram muito desde a entrada em vigor da nova concessão, em 01 de janeiro de 2022 – “há quem lhe chame uma autêntica revolução no transporte público", sublinha -, o presidente da Câmara Municipal afirma-se “disponível para aperfeiçoar o serviço público de transporte de passageiros", desde que dentro das possibilidades do Orçamento Municipal e das condições jurídicas da concorrência; a alteração do serviço adjudicado à candidatura da empresa Vale do Ave, por 15,1 milhões de euros em 10 anos, implica aumento de custos e pode até implicar nova concessão, lembrou.

"Se alterarmos o formato da concessão, temos de a pagar, porque isso acrescenta serviço. Temos de o ver se o podemos fazer, até para não ferir as condições de concorrência dos outros concorrentes", referiu Domingos Bragança.

O autarca revelou, contudo, duas possíveis ideias para fomentar a “progressiva gratuitidade” dos transportes. Uma delas é a de “fazer experiências-piloto de gratuitidade” aos sábados e aos domingos, “nas horas de vazio” – entre as 10h00 e as 16h00, sensivelmente. “A outra é a de implantar a contagem digital. Na gratuitidade, não podemos estar a pagar serviço que não é feito. Só pagamos o serviço que prestamos. A passagem do bilhete digital assume isso. O tarifário e a contagem digital têm de estar em paralelo na medida da gratuitidade progressiva", explicou.

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