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Oposição pede BRT até Lordelo. Bragança diz que é hipótese ainda em aberto

Tiago Mendes Dias
Política \ sexta-feira, janeiro 12, 2024
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Apesar de estudo apresentado há três anos indicar que a EN 105 é pouco flexível para corredor dedicado e sugerir aproveitamento da linha férrea, não está fora de hipótese concretizar as duas soluções.

A coligação Juntos por Guimarães (JpG) considera prioritária a criação de um canal dedicado para a circulação de autocarros – bus rapid transit (BRT) – até Lordelo. Na reunião de Câmara de quinta-feira, o vereador Ricardo Araújo afirmou-se de novo preocupado com o que considera ser a demora nas soluções para a mobilidade entre a cidade de Guimarães e as principais vilas do concelho e direcionou a sua intervenção para a Estrada Nacional 105, itinerário “profundamente congestionado há anos”, a precisar de requalificação.

“Esta dificuldade na circulação rodoviária é uma oportunidade para fomentar o transporte público. O transporte público precisa de ser confiável. Por isso, referimos que o BRT precisa de ser planeado não só para Norte, até às Taipas, mas também para sul, até Lordelo. A criação de um canal dedicado para o transporte público de passageiros através de BRT é, para nós, uma prioridade”, frisou o também presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, após a reunião de Câmara.

Um estudo apresentado há três anos por Álvaro Costa, engenheiro especialista em transportes, e por Anita Pinto, arquiteta, refere, contudo, que a EN105 é o eixo de ligação às vilas com a presença mais densa de “habitação, serviços e indústria” à face da estrada, daí apresentar menor flexibilidade para a criação de uma via dedicada para autocarros. Em vez do BRT, esse documento sugere um aproveitamento mais profundo da linha férrea entre a cidade e Lordelo, com locomotivas que passam por um mesmo local numa cadência de 20 minutos, permitindo um aumento dos serviços diários de 16 para 54. Essa solução exige a melhoria do acesso às estações e apeadeiros ou até a relocalização de alguns desses pontos.

Ricardo Araújo não descarta essa solução, até porque a “linha férrea de Guimarães só está utilizada em cerca de 20% da capacidade”, mas pede à Câmara um plano concreto para a mobilidade a sul, que inclua uma dessas soluções ou até as duas. A seu ver, o BRT pode ser implantado sem ter de percorrer na íntegra a EN105.

“Deve ser previsto um canal de BRT para ligação a sul, aproveitando o mais possível a Estrada Nacional 105, mas com percursos alternativos sempre que não for possível aproveitar a estrada. O canal dedicado não tem obrigatoriamente de passar todo em cima da 105, mas tem de passar perto de onde as pessoas habitam”, defendeu.

 

BRT pode ser solução “cumulativa” à linha férrea – Bragança

Confrontado com a pretensão do vereador do PSD, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães não fechou a porta ao BRT para sul. “Um percurso rodoviário por metrobus para sul continua em aberto, porque os estudos ainda não foram completos”, adiantou Domingos Bragança, após a reunião quinzenal do executivo.

Um eventual canal dedicado para autocarros ao longo desse traçado só é possível mediante a resolução de três situações, acrescentou: a criação do desnivelamento do Salgueiral, para resolver o constrangimento de tráfego na Rodovia de Covas, a resolução do estrangulamento em Nespereira, no entroncamento para Santo Amaro, e a criação de paragens de autocarro fora das faixas de rodagem. Quanto ao uso da linha férrea para reforço da mobilidade entre a cidade e Lordelo, o autarca referiu que a Câmara aguarda a cedência dos apeadeiros pela Infraestruturas de Portugal; apeadeiros esses que podem vir a mudar de local.

O presidente da Câmara crê que a melhoria da mobilidade a sul é crucial para criar “o principal eixo de mobilidade” de Guimarães: “Lordelo – Moreira de Cónegos – cidade – Ponte – Taipas”, tendo mencionado o projeto de BRT ao longo da EN101, para ligação a Braga e à futura estação de alta velocidade. “Este eixo de metrobus entre a cidade, Ponte e Taipas constitui uma autêntica avenida urbana”, resumiu.

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