
Oposição critica PS local por querer adiar aprovação do PDM
A reunião do executivo municipal de Guimarães, realizada na segunda-feira, 13 de junho, ficou marcada pela intervenção de Ricardo Araújo, vereador da coligação Juntos por Guimarães (PSD/CDS), que questionou publicamente declarações recentes de Ricardo Costa, líder da concelhia do PS e candidato à Câmara Municipal, sobre o Plano Diretor Municipal (PDM).
Durante o debate político promovido na sexta-feira, dia 13 de junho, pela Escola Secundária Francisco de Holanda, Ricardo Costa defendeu que o PDM "não devia ser aprovado neste mandato mas sim no próximo, de modo a incorporar a visão do próximo presidente da Câmara". Na reunião de Câmara, Ricardo Araújo considerou estas palavras preocupantes e pediu esclarecimentos ao presidente Domingos Bragança, sublinhando que tal posição revela "uma divisão profunda" no seio do PS local. "O Partido Socialista está completamente à deriva em Guimarães", afirmou.
O vereador acusou Ricardo Costa de comprometer os interesses do concelho por motivos eleitorais. "O PDM é um documento estruturante que não pode ficar à espera das eleições. A posição do líder local do PS é uma espertice eleitoralista". Araújo acrescentou que a coligação Juntos por Guimarães, não deseja com isto a aprovação do PDM e que só tomará uma posição definitiva após a análise do documento. "Se não refletir aquilo que entendermos, terá o nosso voto contra. É a democracia a funcionar.", sublinhou. Ricardo Araújo assumiu ainda que, caso o PDM reflita aquilo que a coligação considera ser as necessidades de desenvolvimento do concelho, nomeadamente "o aumento das áreas de construção e de acolhimento empresarial", contará como seu voto favorável. Caso contrário, adianta, votará contra o documento.
O líder da oposição considerou ainda grave que um dirigente socialista anuncie publicamente uma posição sobre o PDM "sem ter falado com o presidente da Câmara, do mesmo partido", recordando que o plano "não é a visão do presidente, é um documento municipal, com componente política e técnica".
Em resposta, Domingos Bragança assegurou que o processo seguirá os trâmites legais e afastou qualquer interferência das dinâmicas eleitorais. "As disputas das diversas candidaturas autárquicas não têm cabimento aqui na Câmara Municipal." O presidente reiterou o seu compromisso com os prazos estabelecidos e frisou não ter ligação ao PS local e ao seu líder. "O PDM está em discussão pública até 3 de julho e, após esse prazo, remeterei de imediato o documento para aprovação em reunião de Câmara, tal como tinha comunicado.”
Bragança sublinhou ainda que manterá todas as suas funções até ao final do mandato, frisando que a sua função "é servir os vimaranenses". "Serei presidente da Câmara até ao último dia, até ao dia das eleições autárquicas. Não declinarei nenhuma das minhas responsabilidades, quer seja com o PDM, como com obras, projetos, ou qualquer deliberação relacionada com o programa que submeti", afirmou o presidente.