Oposição alega situação financeira “muito frágil” na Vimágua
A situação financeira da Vimágua foi de novo discutida na reunião do executivo municipal de segunda-feira, com o vereador Hugo Ribeiro, da coligação Juntos por Guimarães (JpG), a vincar que a informação mais recente do fiscal único comprova a má gestão de “uma empresa que vende água, um bem absolutamente indispensável à vida humana, em regime de monopólio e, ainda assim, apresenta rácios que a colocam numa situação muito frágil”.
Opositor da maioria socialista na Câmara, Hugo Ribeiro enumerou alguns indicadores para justificar a afirmação: o facto de os ativos correntes cobrirem apenas 70% das obrigações (passivo) de curto prazo, o facto de os capitais próprios e o passivo não corrente serem insuficientes para financiarem os ativos fixos – o rácio é de 86% – e a solvabilidade de 70%.
“A totalidade dos ativos é inferior à totalidade dos passivos. Caso a Vimágua precisasse de liquidar os seus ativos, não seria capaz de saldar todas as suas dívidas. A isto chama-se uma empresa em risco de insolvência, que só não o é por força do seu estatuto de empresa intermunicipal”, vincou, depois de o Tribunal de Contas (TdC) ter chumbado por duas vezes a operação de converter dívida em capital social, aprovada tanto pela Câmara de Guimarães, detentora de 90% do capital, como pela Câmara Municipal de Vizela, detentora de 10%.
Hugo Ribeiro realça que “a capacidade de gerar valor para os acionistas é duvidosa” e que a Vimágua apenas sobrevive devido a um empréstimo a longo prazo (30 anos), junto do município, em condições que “nenhuma empresa conseguiria junto de uma instituição financeira”.
“A conclusão a que chegamos é que a Vimágua, sem uma redução de custos, uma melhoria das margens e um fortalecimento da liquidez, é uma empresa que apresenta sérios riscos financeiros no curto e médio prazo”, referiu ainda.
Bragança discorda da lei de 2013
Domingos Bragança rejeita que a Vimágua esteja em situação financeira delicada e vinca que um dos problemas deriva do facto de as Câmaras Municipais terem imposto uma renda à Vimágua, aquando da sua formação, em 2009, para gerir os serviços municipais de água e saneamento já existentes. O presidente da Câmara Municipal de Guimarães compreende o chumbo do TdC ao aumento de capital social, uma vez que está a cumprir uma lei de 2013, a seu ver errada.
“A Vimágua deve às Câmaras. O que é normal em qualquer empresa é que os sócios façam suprimentos, empréstimos à sociedade e, em determinado momento, quando veem que é para desenvolver a empresa, passam esses suprimentos a capital social. A lei de 2013, em meu entender, é que está mal, não o TdC que observa a legalidade”, realçou.