Coberturas e mudanças dos serviços são prioridades no Paço dos Duques
Frustrada a pretensão de tutelar o Castelo, o Paço dos Duques de Bragança e o Museu Alberto Sampaio, fruto da reorganização da gestão dos museus e monumentos nacionais levada a cabo pelo Ministério da Cultura, a Câmara Municipal de Guimarães afirma ter reivindicado, de imediato, à urgência das obras nesses equipamentos que passarão a ser geridos pela Museus e Monumentos de Portugal EPE a partir de 01 de janeiro de 2024. Originário do século XV, o Paço dos Duques é o edifício que mais preocupa, dada a necessidade de requalificação das coberturas e de libertação das alas agora utilizadas pelos serviços administrativos para espaço visitável.
“Há espaços que neste momento funcionam como espaços administrativos. Se os serviços tivessem um outro edifício, outras alas do museu podiam tornar-se visitáveis. As coberturas não são de pequena reparação. Serão intervenção de maior”, realçou o vereador municipal para a cultura, Paulo Lopes Silva, à margem da reunião do executivo municipal realizada nesta quinta-feira. As empreitadas requerem um investimento a rondar os 15 milhões de euros.
A reconfiguração dos serviços administrativos, que ocupam o piso mais elevado do palácio e incluem o gabinete da direção, pode seguir um projeto que, segundo o vereador, existe há vários anos, prevendo a criação de um edifício na zona ajardinada do Paço. “O projeto aponta um edifício quase ao nível do chão, para que não estejamos a falar de nova volumetria, onde pudessem funcionar os serviços administrativos, para assim tornar visitável a área hoje ocupada pelos serviços administrativos e pela diretora”, explica.
Maioria socialista e oposição defendem proximidade na gestão
Antes da estimativa quanto às desejadas obras, um dos vereadores da coligação Juntos por Guimarães defendeu que a centralização da gestão do Castelo, do Paço dos Duques de Bragança e do Museu de Alberto Sampaio no Ministério da Cultura é “um passo atrás nas pretensões de Guimarães”. “O Governo não aceita a descentralização das competências para o município”, constata Ricardo Araújo, o também presidente da concelhia do PSD.
Convencido de que a autarquia estaria preparada para gerir esses três espaços, até pela experiência de mais de 20 anos a gerir um centro histórico Património Mundial da UNESCO e pela “disponibilidade e proximidade” em várias colaborações com o Paço dos Duques e com o Museu de Alberto Sampaio, Paulo Lopes Silva defende um modelo de cogestão para os equipamentos culturais vimaranenses, apresentando-os como uma rede apesar de terem entidades diferentes na tutela – nuns casos a Câmara, noutros a Museus e Monumentos de Portugal.
“Queremos articulação nos programas, no acesso aos espaços, para que quem nos visite possa encontrar uma verdadeira rede de equipamentos culturais. Essas são as premissas em que trabalharemos ao longo dos próximos anos”, sintetizou.