Obra na escola de Souto: “Talvez fosse o preço da liberdade”
A requalificação de um edifício pertencente à União de Freguesias de Souto Santa Maria, Souto São Salvador e Gondomar, para albergar a escola primária local junto ao Centro Social, gerou divergências na reunião de câmara desta segunda-feira.
Hugo Ribeiro, vereador eleito pela Coligação Juntos por Guimarães (JpG), considera que o subsídio de sensivelmente 158 mil euros atribuído para realizar esta obra é pouco rigoroso, considerando mesmo que não se estão a “respeitar as escolhas dos cidadãos”.
Em causa está o facto de o atual presidente de junta, Manuel Cardoso, que nas últimas eleições foi eleito pela Coligação, já ter sido anunciado como candidato do Partido Socialista para as próximas eleições.
“Temos a liberdade condicionada aos interesses instalados e amarrados ao poder do município. Não achamos de bom tom que não se respeite as escolhas dos cidadãos, nomeadamente das freguesias, e que se faça uma estratégia de persuasão aos candidatos legitimamente eleitos”, frisou o vereador da oposição.
“Sabemos da freguesia que estamos a falar, das pessoas que representam essa mesma freguesia, e de um passado muito recente de alguns contornos que aconteceram. Talvez fosse este o preço da liberdade em Souto São Salvador, Souto Santa Maria e Gondomar”, atirou Hugo Ribeiro, lamentando a falta de censura coletiva.
Adelina Pinto: “É uma falta de ética alguém pensar isso”
Adelina Pinto, vice-presidente do município, reagiu a estas declarações dizendo que “é uma falta de ética alguém pensar isso”, lembrando que em causa está uma escola.
“Em Souto temos o jardim de infância num sítio e a escola de 1.º ciclo a funcionar noutro. O que queremos é que a escola de 1.º ciclo vá passar a funcionar junto ao jardim de infância numa ampliação desse edifício, um edifício da junta mas que não é sede da junta”, disse a vereadora com o pelouro da educação, rematando que “esta escola que não cumpre as condições para se ruma escola de século XXI.
Explicado o que se pretende, Adelina Pinto recusou que esta se trate de uma questão política. “Não é uma questão de aliciar, é pensar que nós não fazemos obra nas freguesias que não são da nossa cor política. Vocês sabem que, até pelas inaugurações que vão sendo feitas, que temos por princípio básico que após as eleições ninguém pensa se a questão é política ou não é política. No caso do que esteve em causa é uma questão de uma escola: pensamos nos meninos. É de uma falta de ética muito grande e nem sequer deve ser equacionado. A proposta podia ser votada por nós e estava resolvido. O que está lá é algo que está a ser tratado há mais de dois anos. Posso provar a todos com as reuniões que tivemos”, disse.
O ponto em questão acabou por ser retirado da agenda da reunião de câmara por ter imprecisões, nomeadamente referindo-se ao edifício em causa como o edifício sede da junta de freguesia.