O Terra continua o diálogo entre música e cinema. Agora, sobre o Brasil
A quarta edição do Terra, ciclo de cinema e músicas do mundo, continua o “trabalho de contextualização dos temas coloniais” e a intenção volta a materializar-se esta quinta-feira e domingo. O segundo concerto do ano está marcado para 21 de maio, com Mateus Aleluia, um dos fundadores da banda de culto baiana Os Tincoãs, ativos nos anos 1960 e 1970. Depois do sucesso, Aleluia mudou-se para Angola em 1983, onde passou a desenvolver um trabalho de pesquisa cultural para o governo angolano.
O ciclo Terra, a cargo da associação Capivara Azul, mantém o diálogo entre o cinema e a música no programa artístico, permitindo aprofundar as reflexões que se pretendem suscitar através do cruzamento das duas disciplinas artísticas. E, por isso, esta quinta-feira a cidade-berço acolhe, no CIAJG, “Todos os Mortos”, longa metragem de Caetano Gotardo e Marco Dutra, de 2020, que constitui uma viagem entre o passado conturbado do Brasil e o seu presente fraturado -- e sobre mulheres que tentam construir um futuro próprio.
Mateus Aleluia, através da música, trará também um retrato deste Brasil. O segundo convidado da programação deste ano do ciclo Terra traz consigo as canções que convocam a ancestralidade africana e uma solenidade quase religiosa, desde os históricos Os Tincoãs aos seus mais recentes registos a solo.