skipToMain
ASSINAR
LOJA ONLINE
SIGA-NOS
Guimarães
21 novembro 2024
tempo
18˚C
Nuvens dispersas
Min: 17
Max: 19
20,376 km/h

O Talegre foi "tomado por eucaliptos", mas há quem lute para o resgatar

Pedro C. Esteves
Ambiente \ domingo, abril 18, 2021
© Direitos reservados
Uma caminhada cultural dinamizada pelo Museu de Agricultura de Fermentões procurou alertar para a necessidade de intervir no Talegre. Sítio de um antigo castro, agora "tomado pelos eucaliptos".

Nos tempos da meninice de muita gente de Fermentões, havia quem recorresse ao Talegre, sítio de um antigo castro, para recolher musgo, filo essencial para ornamentar o presépio de Natal da igreja que ficava perto. Agora, lamenta Manuel Ferreira, protagonista de muitos anos de associativismo na freguesia, “já não é assim”. Mesmo os escuteiros, “que conhecem bem o sítio”, já não o visitam. É que o espaço envolvente deste “local muito antigo” foi “tomado por eucaliptos”.

Num esforço para alertar as autoridades e tentar resgatar aquele lugar histórico para a comunidade, o Museu de Agricultura de Fermentões organizou uma caminhada cultural até ao local – que já foi conhecido como Monte Alegre de Santa Eulália de Fermentões – no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (DIMS).

O Talegre é um nome muito antigo, dos tempos romanos e pré romano e tem vestígios de um antigo castro. Foi abandalhado há muitos anos e os eucaliptos tomaram conta do espaço envolvente”, indica Manuel Ferreira, que fundou a Casa do Povo de Fermentões e presidiu à Junta de Freguesia entre 1971 e o final de 1974.

Em articulação com o Laboratório da Paisagem, a iniciativa ocorreu neste sábado, dia 17. Pelo início da tarde, cerca de 15 pessoas” partiram à descoberta do Talegre. O espaço que encontraram contrastou com a imagem que muitos guardam de um local várias vezes descrito por Martins Sarmento. “O que mais nos surpreende é que há 60 anos não havia eucaliptos, tinha meia dúzia de árvores e do alto do Talegre conseguia-se ver a Penha, o vale de Creixomil, o vale de Silvares, o vale de Fermentões e todo o vale de São João de Ponte”. “Agora”, lamenta Manuel Ferreira, “não se vê nada”. “A nossa preocupação é alertar as autoridades para aquele sítio, recuperar alguma coisa”.

Sessão sobre o Selho

A pandemia obrigou a que, no passado, o Museu de Agricultura de Fermentões não avançasse com qualquer plano para assinalar o DIMS. Para este ano, estava prevista a realização de uma sessão pública sobre a ecovia do Selho. A expetativa é que a iniciativa integre o programa o Dia Internacional dos Museus, em maio.

No entanto, este domingo, está prevista a colocação nas redes sociais do Museu de Agricultura de Fermentões de elementos da caminhada ao Talegre, bem como um trabalho de Apolinário Teixeira sobre o mesmo local.

Podcast Jornal de Guimarães
Episódio mais recente: O Que Faltava #83