O ofício de guarda-rios vai ressurgir nas linhas de água de Guimarães
Ativa entre o século XVIII e o século XX, a profissão de guarda-rios promete reaparecer em Guimarães, segundo um projeto da empresa municipal Vitrus Ambiente, desenvolvido em parceria com a Câmara Municipal.
Lançada neste sábado, a iniciativa tem a missão de proteger os “cursos hídricos do concelho” – rios Ave e Selho, bem como “respetivos afluentes e margens”, lê-se no comunicado enviado pela Vitrus às redações.
Quem assumir a função de guarda-rios deve sensibilizar os cidadãos para o “desígnio coletivo de proteção dos recursos hídricos”, impedindo e corrigindo “comportamentos inadequados”, acrescenta a nota.
A função prevê ainda a inspeção de eventuais “ligações ilegais de saneamento aos rios” e de “deposições ilegais de resíduos”, bem como a identificação de “terrenos que careçam de limpeza e desobstrução das linhas de água” e a certificação de que o “leito e as margens dos rios se encontram devidamente limpos”.
A “fiscalização da extração ilegal de areia” e a aferição dos parâmetros qualitativos do estado dos rios – cheiro, cor, espuma, resíduos, obstrução do escoamento – são outras tarefas a cargo do guarda-rios.
Na apresentação do projeto, o presidente do Conselho de Administração da Vitrus Ambiente, Sérgio Castro Rocha, vincou que Guimarães quer tornar as linhas de água “aprazíveis para a população”, ainda para mais quando o concelho se prepara para a construção de “mais de 50 quilómetros de ecovia”. O administrador executivo da Vitrus, João Pedro Castro, lembrou, por seu turno, a importância dos rios para a rega dos solos e para “o equilíbrio do ecossistema”.
Já a vereadora municipal com o pelouro do Ambiente, Sofia Ferreira, defendeu que Guimarães está de novo “na linha da frente das políticas de ação climática a nível nacional e internacional”, após ter criado um plano para a despoluição do rio Ave, que permitiu “restabelecer a fauna e a flora” daquele curso hídrico.