O burgo também chama pelo aroma: HOOL divulga chá, dos Açores à Inglaterra
Outubro chegou, e, com ele, uma iniciativa que se propõe complemento aos vários atrativos de Guimarães, cidade cujo burgo medieval é Património Mundial da UNESCO. Se há grupos de turistas que se demoram a contemplar a Igreja de Nossa Senhora de Oliveira ou as casas de ressalto da Praça de Santiago, há outros que se abrem aos laços com outras regiões do globo graças aos aromas e paladares do chá.
As designadas tea parties, no Hotel da Oliveira, arrancaram a 05 de outubro, com uma apresentação sobre a Gorreana, a mais antiga plantação de chá da Europa, 100% biológica, a funcionar na ilha de São Miguel (Açores) desde 1883. Num feriado em que se provou chá verde ou preto, na companhia da viola braguesa de Luís Capela ou das pinturas de Fátima Miranda no hall, a intervenção de Fernanda Múrias, representante da delegação do Turismo dos Açores no Porto, precedeu a viagem ao Reino Unido, país em evidência nas restantes quartas-feiras do mês.
“Quando falamos de chá ligado a Inglaterra e às ex-colónias inglesas, falamos de criar uma relação entre os adidos comerciais das embaixadas desses países para verem que há aqui capacidade de oferta”, descreve Abílio Oliveira, presidente da mesa da assembleia geral da Associação de Profissionais de Turismo do Minho (APROTURM).
Com 20 suítes e um “posicionamento interessante no mercado”, a unidade pode, através das rotas do chá, “criar redes de atração de clientes” para “aumentar a sua visibilidade e notoriedade”. O objetivo é, no fundo, convidar o turista a permanecer mais tempo em Guimarães, mesmo aqueles que não pernoitam naquele hotel do centro histórico.
“As tea parties querem dizer aos turistas que podem cá vir. Podem estar noutros hotéis, noutros alojamentos, mas têm aqui exposições de pintura, declamações, música e chás diferentes para experimentar e saborear”, frisa o responsável, também docente na Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.
Num destino sem a envolvência da urbe intramuros de Guimarães, uma piscina pode bastar para os turistas permanecerem mais tempo. Num hotel como a da Oliveira, recomenda-se ideias como a do chá ou a dos “jantares vínicos”, em curso há mais tempo.
A conceção das tea parties equaciona até a “repetição da visita” por quem participa. “Para nós, é vital que o faça. Quando trazemos outros mercados, potenciamos a dupla circulação. Não tenhamos dúvidas que nos interessa o mercado inglês e que nos interessa ainda mercados mais longínquos”, salienta o dirigente da APROTURM.
Findo o mês de outubro, o Hotel da Oliveira já contempla uma outra sinergia para promover a sua oferta e também a pastelaria da cidade-berço. “Vai-se convidar todas as pastelarias que fazem bolo-rei, para, nas quatro semanas imediatamente anteriores ao Natal, participarem em experiências ligadas às tea parties”, revela Abílio Oliveira.
Presente na sessão de abertura do ciclo, o vereador com o pelouro municipal do turismo, Paulo Lopes Silva, enalteceu o esforço da hotelaria vimaranense na “procura de novos clientes” através de iniciativas complementares à da simples oferta.