O apoio aos mais vulneráveis faz-se com livros. Basta doar
Face à interrupção do ano lectivo, ditada pelo confinamento geral em vigor, o Lions Clube de Guimarães e a Câmara Municipal lançaram o repto aos vimaranenses para doarem livros às crianças do concelho cujas famílias são “economicamente mais vulneráveis”.
A campanha “Doa um Livro – Alimenta Corpo e Alma”, apresentada nesta terça-feira, almeja “preencher a nível cultural os tempos livros que decorrem da interrupção letiva” e “incentivar os hábitos de leitura” dos estudantes agora sem aulas presenciais, afirmou o presidente da instituição fundada em 1969, César Teixeira. A supressão das dificuldades de “acesso à literatura e à cultura por razões económicas” e a “valorização da língua portuguesa” são outros propósitos da iniciativa, frisou o responsável.
Os livros podem ser entregues nas escolas do concelho, nas sedes de Junta de Freguesia das nove vilas de Guimarães e ainda na Biblioteca Municipal Raúl Brandão, bem como nos seus polos – Taipas, Pevidém e Lordelo. “Queremos tornar um Guimarães um concelho culturalmente mais igual, como tem sido apanágio do município”, sublinhou César Teixeira.
Além das refeições, as palavras
A distribuição dos livros vai começar assim que comecem a ser doados, informou a vereadora municipal para a Educação, Adelina Paula Pinto. “É um tempo em que não temos tempo”, reconheceu.
A Câmara Municipal de Guimarães já garante cerca de 200 almoços diários aos estudantes do concelho com mais dificuldades financeiras, sobretudo do primeiro ciclo. Mas, para Adelina Paula Pinto, a resposta para esses alunos não se pode limitar às “necessidades básicas”. “Obviamente não podemos deixar que nenhuma família ou criança passe fome no século XXI. Mas esta campanha procura alimentar a alma, dar um mimo a estas crianças, fazer com que expandam o seu vocabulário”, assinala.
A responsável pelo pelouro da Educação apelou assim à população vimaranense para ajudar esses estudantes a “mergulharem noutras realidades e a poderem sonhar” através da leitura. “Além de alimentarmos o corpo, com o mapeamento de refeições para todo o concelho, também podemos alimentar a alma, com a doação de livros”, resumiu.
Convicta de que as interrupções no acesso às artes performativas e ao desporto pelos vimaranenses mais novos, Adelina Paula Pinto reiterou que é necessário fazer tudo para evitar que as “crianças mais pobres fiquem numa debilidade maior”. “Não podemos colocar em risco a geração que está na escola”, reiterou.