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Novo organigrama da Câmara junta economia e cultura. Oposição discorda

Tiago Mendes Dias
Política \ terça-feira, novembro 29, 2022
© Direitos reservados
Ricardo Araújo, do PSD, considera a decisão “errada” e volta a criticar a estratégia municipal para a economia. Vereador Paulo Lopes Silva defende aliança entre “criatividade” e “tecido económico”.

Duas direções municipais, sete departamentos e 31 divisões, sobressaindo a reunião das divisões da Cultura e do Desenvolvimento Económico num só departamento, o Departamento da Cultura, Economia e Inovação. Essa é a espinha dorsal do organigrama dos serviços municipais, segundo a alteração discutida e aprovada, com votos a favor da maioria PS que governa a Câmara Municipal de Guimarães e contra da oposição, formada pela coligação Juntos por Guimarães.

A reunião da cultura e da economia num mesmo departamento é, para Ricardo Araújo, do PSD, uma decisão “errada”. “Juntar no mesmo pelouro Cultura, Economia e Inovação tem tudo a ver”, ironizou. “São opções erradas”. No entender do vereador, o desenvolvimento económico volta a ser menorizado pela Câmara Municipal.

“O desenvolvimento económico é uma área que o município tem trabalhado mal. É uma área que deveria ser autonomizada. Juntá-la com a dimensão da cultura não se justifica. Teríamos uma opção diferente”, disse.

O também presidente da Comissão Política Concelhia social-democrata estranhou ainda a criação da Direção Municipal para a Intervenção no Território, Ambiente e Alterações Climáticas, com um único departamento sob a alçada, o que lhe parece “pouco em termos de competências para justificar uma nova direção municipal”. O outro novo corpo de grau superior na hierarquia é a Direção Municipal de Serviços Partilhados.

Já a inclusão da Divisão de Habitação no Departamento de Intervenção Social é, para Ricardo Araújo, uma evidência da “dimensão redutora com que o município olha para a política de habitação”. “Pela centralidade na política dos municípios, a habitação não se pode reduzir à intervenção social”, realçou aos jornalistas, após concluída a reunião.

O vereador também disse que a estimativa de custos para as alterações deveria estar vertida nas Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2023, face ao “aumento do número significativo do número de unidades orgânicas, de 1.º, 2.º e 3.º grau”. “Isso pressupõe mais pessoas a trabalhar”, avisou.

Perante as críticas da oposição, o vereador socialista com o pelouro dos recursos humanos realçou que as direções municipais surgem para fazerem a “ligação política” entre a vereação e as várias divisões do município, numa fase em que há mais competências sob a sua alçada, como o plano de resposta contra incêndios e a “proteção das vias públicas”, agora sob a tutela do Departamento de Obras Municipais. “Há a necessidade desse departamento ganhar escala”, esclareceu Paulo Lopes Silva.

A crítica de “pensamento muito redutor” foi devolvida pelo número três do executivo a Ricardo Araújo, já que o Departamento de Intervenção Social abrange, além da habitação, o desporto, a cidadania, a juventude, a ação social. A seu ver, essa organização demonstra uma visão global para a promoção da qualidade de vida no território.

“Outras câmaras à nossa volta têm essa visão [de aliar economia à cultura]. Temos visões distintas. Isso já vem da Capital Europeia da Cultura, em que defendemos a intervenção no património e nas artes, mas também a transferência de criatividade para o tecido económico”, vincou.

O vereador realça que “há uma articulação muito forte” entre a cultura e a economia em Guimarães, tendo dado o exemplo da produtora de cinema Bando à Parte, sediada no Centro para os Assuntos de Arte e Arquitetura, já projetada a nível internacional.

De resto, o vereador frisou que o novo organigrama é fruto da “necessidade de modernização” da Câmara Municipal, realizada assim que o mandato autárquico em vigor começou.

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