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Guimarães
04 dezembro 2024
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No pé de Händel, a bomba para fazer explodir um berço que depois tremeu

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, abril 27, 2024
© Direitos reservados
O pontapé do médio foi o momento de um jogo com raras ocasiões. Dominador na primeira meia hora, o Vitória começou a ceder terreno ao Boavista e ainda sofreu, mesmo com mais um em campo.

Apesar das mudanças no onze e das baixas, o Vitória entrou assertivo, a encontrar linhas de passe pelo meio, a criar espaços nas alas, e empurrar um Boavista sem capacidade de pressão para o seu último terço. Os pupilos de Álvaro Pacheco confiavam no que estavam a fazer e seguiam campo fora em busca de um golo que demorou 11 minutos a aparecer: Tomás Händel recuperou a bola após o corte de Onyemaechi e colocou‐a à sua mercê para um remate pleno de ganância e convicção.

Do seu pé direito, saiu uma bomba que sobrevoou João Gonçalves e viria a sentenciar o jogo a favor do Vitória SC; apesar da confiança ter dado lugar à intranquilidade na segunda parte, a equipa de Álvaro Pacheco continua com os dois objetivos que lhe restam ao alcance: o recorde pontual de 62 pontos, agora a dois de distância, com três partidas por se realizarem, e o terceiro ou quarto lugar, ocupados por FC Porto e Sporting de Braga, também a dois pontos de distância.

A explosão de alegria que percorreu as bancadas nesse grande momento de Händel foi a cereja no topo de um bolo bem confecionado, cuja validade foi sensivelmente de meia hora. Inofensivo, o Boavista limitava‐se a travar as investidas vitorianas na sua área, antes de começar a respirar, sobretudo após as entradas do ex‐Vitória Miguel Reisinho e de Vincent Sasso.

A reação boavisteira, porém, só se fez sentir na segunda parte, e, mais ainda após a expulsão de Chidozie, aos 60 minutos: o central viu o segundo cartão amarelo após travar contra‐ataque de Jota Silva, mas nem isso travou o ímpeto axadrezado em busca do empate, quando todos os pontos são valiosos para fugir ao espectro da descida.

O Vitória estava precipitado e trapalhão: muitas das ações da equipa, da primeira fase de construção ao último passe, refletiam isso mesmo. E assim o jogo tornava‐se impossível de controlar. A bola oscilava entre as metades do terreno como numa mesa de pingue‐pongue, mas mais no sentido da baliza de Bruno Varela. O auge do sofrimento vitoriano deu‐se ao minuto 82: atrapalhada a sair com a bola, a defesa vitoriana viu Sasso isolar‐se e colocar a bola entre as pernas de Bruno Varela. A bola ia lentamente para a baliza, e Manu Silva estava lá a tempo para evitar o pior. Equipa técnica e adeptos puderam respirar de alívio… e continuar a sonhar.

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