Vozes e trejeitos dos fantoches dão Nicolinas a conhecer às crianças
Em pouco mais de 10 minutos, vários fantoches – a Caixa, o Bombo, o Pinheiro, o Boi, o Afonso em traje nicolino, e outras figuras humanizadas a lembrar os nicolinos Senhora Aninhas, Hélder Rocha e Rita Sousa – contaram as suas peripécias em torno das Nicolinas, explicando, à boleia, os vários números das celebrações estudantis que se realizam entre 29 de novembro e 07 de dezembro: as Moinas, nos sábados de novembro, as Novenas, a Roubalheira, o Pinheiro, as Posses ou o Pregão.
O seu espaço para teatralizarem era uma janela voltada para as dezenas de alunos da Escola Básica de Corvite que se deslocaram até à sede da Biblioteca Municipal Raul Brandão; era esse o anfiteatro da primeira apresentação de “Festas Nicolinas: uma história um bocado à pressa” com a presença do autor, Paulo César Gonçalves, também responsável pela escrita de “Manual para um pequeno nicolino”. “Embora o Manual seja um livro interativo, um teatro de fantoches ainda o é mais. É uma versão muito resumida porque o foco das crianças em termos de atenção é muito curto”, disse ao Jornal de Guimarães depois de apresentada a peça.
O autor interagiu com as crianças na antecâmara do teatro de fantoches, tendo-lhes dito que podiam reclamar consigo caso não gostassem da história; no final, porém, a reação dos alunos traduziu-se num rotundo “sim” à questão sobre se tinham gostado. Também a vereadora municipal para a educação, Adelina Paula Pinto, dirigiu-se por breves instantes aos estudantes de tenra idade, tendo-lhes dito que podem ser nicolinos “até muito tarde se assim gostarem”, pois as festas são “dos estudantes pequeninos até aos muito velhinhos”.
Maioritariamente escrito no ano passado, o teatro de fantoches foi retocado neste ano, com o acréscimo da Caixa e do Bombo a um leque de personagens em que o Pinheiro e o Boi foram sempre protagonistas. E as pessoas reais foram também inspiração, como Rita Sousa, presente na assistência. “Inspirei-me em pessoas reais para criar personagens. A dona Rita, a estudante que aparece ali, é uma das Nicolinas mais antigas da cidade”, frisa.
“A mais-valia é aproximar os mais pequenos das Nicolinas”
A Biblioteca Municipal Raul Brandão apresenta propostas relativas às Nicolinas ano após ano, desde exposições à hora do conto, mas tinha a “necessidade de fazer algo exclusivo” da instituição, daí ter proposto o trabalho a Paulo César Gonçalves no ano passado, explica a diretora da biblioteca, Juliana Fernandes. A apresentação desta terça-feira foi a primeira com o autor, mas a estreia do teatro de fantoches deu-se no dia 08 de novembro, no edifício-sede e também no polo das Caldas das Taipas, tendo depois seguido para os polos de Pevidém e de Lordelo.
Para a responsável, “Festas Nicolinas: uma história um bocado à pressa” ajuda as crianças vimaranenses a terem uma compreensão mais plena do fenómeno, indo além de números como o Pinheirinho, onde crianças se reúnem na Oliveira a tocar caixa na manhã de 29 de novembro, em alusão ao Cortejo do Pinheiro. “A mais-valia é aproximar os mais pequenos das Nicolinas, para que percebam como elas funcionam”, descreve.